Grupo TIM negocia venda da rede de fibra à estatal italiana CDP
O Grupo TIM, dono da TIM Itália e da TIM Brasil, assinou acordo de confidencialidade com o braço de investimento do banco estatal italiano CDP. Juntas, as empresas vão estudar a união da rede óptica da TIM no país da bota à da rival Open Fiber.
As empresas assinaram o acordo de confidencialidade a pedido da Consob, a autarquia que regula o mercado de capitais no país.
Pela proposta, o CDP pagará ao Grupo TIM para unir ativos com os da Open Fiber. A CDP terá 60% do capital da nova empresa de infraestrutura óptica. Atualmente, o CDP já é dono de iguais 60% da Open Fiber.
O acordo de confidencialidade prevê assinatura de um memorando de entendimento em 30 de abril. O MoU trará objetivos, perímetro da separação de ativos do Grupo TIM, estrutura da nova empresa, “critérios e parâmetros” do projeto de integração.
O Grupo TIM, por sua vez, é sócio do fundo KKR na Fibercop, sua empresa de infraestrutura de última milha em fibra. O KKR, que tem 37,5% da Fibercop é o mesmo fundo que fez uma oferta pelo controle de todo o Grupo TIM ano passado.
Novela
Oficialmente as negociações entre TIM e KKR estão em trâmite neste exato momento. Mas o mercado considera difícil que a venda seja selada. O jornal Financial Times diz que as partes não se entendem. O fundo insiste em uma detalhada due dilligence antes de apresentar sua oferta final vinculante.
O Grupo TIM, por sua vez, estaria reticente por temer redução da oferta informal apresenta até o momento, de quase € 12 bilhões. A companhia perdeu 60% de valor de mercado nos últimos cinco anos, e poderia perder mais, dizem analistas ouvidos pelo jornal, se a conclusão das negociações for a perda de interesse do KKR.
Vale lembrar que o Grupo TIM tem um plano industrial definido recentemente pelo ex-CEO da TIM Brasil, Pietro Labriola, que foi chamado em novembro para remediar a crise em que a holding chegou. Após apresentar prejuízos de € 8 bilhões em 2021, o conselho deu carta branca para que Labriola execute uma estratégia de segregação de ativos para venda de alguns deles, buscar novos sócios e sanear as contas.
Em paralelo, a companhia segue desejada, apesar de endividada (hoje deve € 22 bilhões). Além da oferta do KKR em discussão, ao menos oficialmente, ao grupo recebeu semana passada proposta de compra de fatia da unidade empresarial pelo CVC, além da anunciada no sábado, vinda do CDP.