Greve não afetará Copom, diz BC

Em regime de contingência, segundo o BC, os dados do Boletim Focus continuarão sendo acessados e usados pelos integrantes do comitê.
Greve não afetará Copom, diz BC - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Sede do Banco Central, em Brasília – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O BC, Banco Central, disse em comunicado ontem que a greve dos servidores iniciada em 1º de abril não afetará a realização do Comitê de Política Monetária (Copom).

Em resposta a questionamento do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o BC afirmou que, em regime de urgência, os dados do Boletim Focus continuarão sendo acessados e usados pelos integrantes do comitê. Essas informações são importantes para construção de modelos de inflação e, assim, para a decisão da taxa Selic.

“A realização da reunião do Copom não será afetada pela greve. A produção das apresentações de conjuntura para o Copom é atividade essencial e, portanto, será realizada durante a paralisação. Em sistema de contingência, os dados da pesquisa Focus continuarão sendo acessados e usados pelos integrantes do Copom”, afirmou o BC.

A afirmação da autarquia vai contra o relatório divulgado pela Associação Nacional dos Analistas do Banco Central (ANBCB), que representa a categoria, mais cedo.

Para a associação, o “apagão de dados”, sem a divulgação de diversos boletins e estatísticas pelo BC, traria impactos para as atividades preparatórias do Copom. “Os dados sobre Sistema Expectativas de Mercado (que compõem o Relatório Focus) e Indicadores Econômicos Selecionados não serão atualizados para a próxima reunião do Copom“, disse a associação, em nota. O Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal) também tem defendido que as atividades preparatórias para o Copom não configuram serviços essenciais.

A greve dos servidores do BC é por tempo indeterminado e tem como propósito a recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira.

Na segunda-feira à tarde, de 16h45 às 17h45, os sindicatos que representam a categoria tinham reunião marcada com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Mas, até o momento, não há informações sobre possíveis avanços no encontro.

(Com Estadão)
 
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Redação DMI

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