Governo dos EUA acusa Google de apagar evidências relacionadas a processo antitruste
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou o Google de destruir evidências relacionadas a um processo antitruste sobre o domínio de mercado no que diz respeito ao uso de mecanismos de busca na internet.
Em memorando publicado na quinta-feira, 23, procuradores-gerais apontam que o Google continuou apagando mensagens internas mesmo depois de dizer que pararia com tal prática. Além disso, a empresa teria encorajado os funcionários a conversarem por chats “off the record”, no qual mensagens escritas são apagadas após 24 horas, em vez de usarem e-mails.
“Sem surpresa, o Google sabia que os usuários frequentemente tinham bate-papos ‘off the record’ para discutir tópicos delicados”, diz o memorando.
Os procuradores ainda dizem que o Google disponibiliza uma função para conversas internas que permite que as mensagens sejam preservadas de 30 dias a 18 meses. No entanto, as equipes precisam acionar a funcionalidade. Do contrário, todas as mensagens somem em 24 horas.
“Como sabemos, nos últimos quatro anos, o Google rotineiramente destruiu essas comunicações escritas”, afirma trecho do documento.
Segundo a acusação, o Google deveria ter suspendido a prática de deletar mensagens em meados de 2019, conforme as regras previstas no processo civil. Nesse sentido, a empresa não teria cumprido o combinado para preservar conversas potencialmente relevantes.
O processo em questão foi acionado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em outubro de 2020. No litígio, o Google é acusado de manter práticas anticompetitivas e excludentes nos mercados de busca e publicidade de busca na internet. A mesma pasta entrou, neste ano, com outro processo contra a companhia, relacionado ao mercado de anúncios digitais.
Ao “The Wall Street Journal”, uma porta-voz do Google contestou as alegações do Departamento de Justiça, dizendo que a empresa produziu mais de 4 milhões de documentos somente relacionados a este caso.