Executivo arrecadou R$ 170 bilhões com venda de espectro, afirma SindiTelebrasil

Para Carlos Duprat, se os leilões da Anatel mirassem menos arrecadação para o governo, poderia haver mais metas de cobertura.

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As empresas de telefonia móvel já repassaram aos cofres do Tesouro Nacional, nos últimos 25 anos, a volumosa quantia de R$ 170 bilhões, (a valores atualizados pelo IGP-DI desde 1990), pelos preço pagos nos leilões de espectro feitos pela Anatel. Essa volumosa quantia de recursos, disse hoje, 8, o diretor do SindiTelebrasil, Carlos Duprat, demonstra que a política pública de telecomunicação brasileira só teve interesse em arrecadar recursos para o governo, e não priorizou a  expansão dos serviços.

“Em sua maioria, os leilões sempre foram meramente arrecadatórios . A sociedade exige que o celular chegue nas estradas, ou em distritos fora da sede, ou quer 4G em todas as cidades, mas nada disso foi exigido nos editais de venda de frequências, pois a política pública do país preferiu arrecadar recursos”, afirmou Duprat.

Segundo ele, como as operadoras de celular visam o lucro, elas só irão instalar as redes e as novas tecnologias onde for economicamente viável e, para as empresas atuarem em áreas e cidades que não tem viabilidade econômica, somente se houvesse obrigação, por intermédio de políticas públicas. ” Mas o governo preferiu arrecadar”, assinalou o executivo.

Segundo ele, por isso, o país poderá ficar com 2,7 mil municípios sem qualquer obrigação de atendimento com 4G, e a cobertura restrita a 80% da sede do município. “Foi isso que pediram para a gente fazer.Pagamos muitos bilhões para não ter outras obrigações”, concluiu Duprat.

Conforme os dados da Anatel  as  vendas da banda A, leilão da banda B, leilão da 1,8 GHz (3G), da 2,5 GHz e 450 Mhz, da 700 MHz e das sobras de frequências realizadas até hoje arrecadaram cerca de R$ 30 bilhões em valores nominais (valores arrecadados em cada época).

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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