Google, Facebook e Twitter ameaçam deixar Hong Kong
Google, Facebook e Twitter ameaçaram deixar Hong Kong se a China proceder com mudanças na lei de proteção de dados. O trio afirmou que as propostas de emendas poderiam restringir liberdade de expressão. O aviso veio por meio de uma carta enviada pela Coalizão da Internet da Ásia, da qual também são membros Apple e Linkedin. O The Washington Post conseguiu acesso ao documento enviado ao governo chinês em 25 de junho.
“Introduzir sanções destinadas a indivíduos não estão alinhadas com as normas e tendências globais”, dizia a carta. As big techs afirmaram que a única forma de impedir sanções as companhias seria restringir seus investimento e serviços em Hong Kong.
A nova legislação possui forte caráter anti-doxing, ato de revelar informações pessoais de indivíduos on-line, o que a carta endereçou como assunto de “sérias preocupações”. “Acreditamos que qualquer legislação anti-doxing, que pode ter o efeito de cortar liberdade de expressão, deve ser construída a partir de princípios de necessidade e proporcionalidade”, afirmou.
Durante os protestos antigoverno de 2019 em Hong Kong protestantes divulgaram dados pessoais de policiais chineses na internet. No caso de alguns oficiais, as informações incluíam endereço e escolas dos filhos. Houve ainda ameaça a vida dos policiais.
A China incorporou Hong Kong em 1996 sobre a promessa de manter os direitos humanos na região. No entanto, ativistas pró-democracia relatam que as liberdades da população tem sido podadas pelo governo central.
Recentemente, outra tensão envolvendo rejeição de leis nacionais por big techs teve como partes WhatsApp e Índia. O aplicativo de conversas processou o governo indiano afirmando que novas leis do país o obrigariam a quebrar a criptografia e, assim, violar a privacidade dos usuários. (Com agências internacionais)