Globo descarta plataforma internacional, mas quer se abrir para coproduções

Conglomerado de mídia busca equilibrar investimentos entre TV aberta, canais fechados e Globoplay; parcerias com operadoras estão nos planos para rentabilizar streaming
Globo não pensa em plataforma internacional de streaming, mas quer vender conteúdo
Plataforma de streaming internacional não está nos planos da Globo (crédito: Freepik)

Maior grupo de mídia do Brasil e dona da principal plataforma nacional de streaming, a Globo descarta lançar um serviço OTT internacional nos moldes da Netflix, mas pensa em se abrir para coproduções de conteúdo, de modo a escoar suas obras para o mercado externo.

“A oportunidade que enxergamos é na venda do nosso conteúdo, coproduções estão na mesa, estamos debatendo, mas pensar em competir internacionalmente como player de mídia está fora do nosso escopo estratégico”, afirmou Paulo Marinho, CEO da Globo, nesta segunda-feira, 12, no evento PayTV Forum, organizados pelos sites Tela Viva e Teletime, em São Paulo.

De acordo com o executivo, o Brasil seguirá sendo o foco da empresa. Nesse sentido, a Globo tem investido em análise de dados e pesquisas para entender melhor o público brasileiro.

“A gente vem tendo crescimento consistente no mercado interno, mas não temos fôlego necessário para competir com essa turma [streamings internacionais]”, destacou. No entanto, Marinho ressaltou que “ampliar o escopo como produtor de conteúdo”, incluindo parcerias e distribuição via outras plataformas fora do País, faz partes dos planos.

Busca por equilíbrio

Segundo Marinho, depois de um período de empolgação, o conglomerado está recalibrando os investimentos no Globoplay para equilibrar os desembolsos em três áreas de atuação: a TV Globo, os canais de TV por assinatura e a plataforma de streaming.

“No início da pandemia, houve uma rápida bolha de streaming, com investimentos fortes, mas depois todo mundo começou a perder dinheiro. Então, houve um reequilíbrio com mais cuidado na alocação de portfólio”, disse Marinho, acrescentando que “também erramos um pouco a mão no nível de investimento” no streaming.

O executivo destacou que a empresa ultrapassou 50% do market share na TV por assinatura com seus canais lineares e que a venda direta de conteúdo para o consumidor – modelo típico das plataformas de streaming – nem sempre é a melhor alternativa para fidelizar a base de assinantes.

Neste ano, por exemplo, o Globopay foi integrado, sem custo adicional, aos pacotes de banda larga e TV da Claro.

“Nós equilibramos melhor os nossos modelos de distribuição. Continuamos investindo em nosso modelo direto, mas buscamos reequilibrar e queremos incentivar esse modelo de parcerias. Temos uma crença de que o consumo linear é importante, mas mais importante é a combinação dessa oferta”, afirmou Marinho.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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