Gaispi vai ampliar número de estações profissionais de satélite que vão receber filtros 5G
A limpeza da faixa de 3,5 GHz em Brasília já mostrou alguns dos desafios existentes na preparação da ativação do 5G standalone no Brasil. Conforme o edital do leilão, usuários de estações profissionais satelitais deveriam solicitar a instalação de filtros contra interferências do 5G até abril. No entanto, o Gaispi identificou grande número de estações fora dessa lista, e por isso, vai atender quem fez o cadastro até 30 junho último.
Em suma, todas as estações FSS cadastradas até a semana passada na Anatel serão agora atendidas. Segundo Moisés Moreira, presidente do Gaispi, grupo de acompanhamento da limpeza da faixa de 3,5 GHz, a Siga Antenado (EAF) identificou que há mais estações do que o previsto no cadastro original. Além disso, a Anatel recebeu pedidos enviados depois.
“Essa mudança na linha de corte será decidida hoje, na reunião extraordinária do Gaispi”, disse Moreira, durante o evento Teletimetec 5G&Wireless, que acontece em São Paulo. A reunião foi marcada para as 17h.
Filtro comum insuficiente?
Moreira contou ainda que o Gaispi deve decidir no dia 13, quando haverá outra reunião, se deve alterar a especificação dos LNBs e dos filtros instalados em estações de serviços profissionais de satélites para evitar a interferência do 5G.
“Aconteceram problemas de interferência em Brasília depois dos filtros instalados. Com isso, posso fazer novas exigências para atendimento das próximas capitais. Posso exigir LNB e filtro reforçado daqui pra frente ou o modelo enhanced”, comentou.
Geralmente, explicou, os problemas de interferência acontecem nos serviços FSS que utilizam a faixa de 3,8 GHz, mais próxima, portanto, dos 3,5 GHz destinado ao 5G.
“Todas as FSSs receberam filtros comuns. Vimos que algumas podem dar problema, e às vezes esses filtros podem não ser suficiente. Existe a possibilidade de colocar um LNB enhanced, mas os técnicos me informaram que o LNB reforçado com filtro reforçado são suficientes. O importante é termos cautela”, afirmou Moreira.
Estes equipamentos são mais caros, mas Moreira descarta falta de recursos. “Tenho orientado a EAF a sempre buscar preço baixo e aproveitar a escala para negociar, os valores cabem em nossas projeções”, acrescentou.