Gaispi escolhe conversores para migração, mas prazo do 5G preocupa

O grupo de trabalho já definiu as especificações técnicas dos conversores, mas ainda não há proposta de compra na rua.
Gaispi escolhe conversores para migrgação. Crédito: freepik
O grupo que decide sobre a limpeza das frequências reúne-se nesta quarta. Crédito:Freepik

A reunião desta semana do Gaispi (Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz) da Anatel  deve avançar sobre os problemas para a limpeza das frequências da faixa de 5G, pois o grupo já definiu as especificações técnicas para a compra dos conversores que serão usados para apoiar a migração das TVs. Esses aparelhos deverão ser entregues à população de baixa renda e os sistemas de filtro das emissoras de TV também terão que ser instalados para que as operadoras de celular possam lançar o serviço comercialmente em julho, conforme previsto no edital de venda do espectro.

O prazo para que o serviço passe a ser oferecido nas capitais brasileiras continua, porém, a preocupar a todos os integrantes, seja os do governo seja os da iniciativa privada. Mesmo que qualquer decisão sobre possível adiamento só seja anunciada em junho, já se comenta que, pelo tanto que precisa ser feito e pelo exíguo prazo, é possível que em algumas localidades, seja marcada nova data para o início da prestação do serviço.

Embora os primeiros compromissos não sejam lá tão pesados, porque só abrangem as 27 capitais brasileiras, o fato é que ainda há muito a fazer. Embora os grupos técnicos de trabalho já tenham, por exemplo, definido as especificações técnicas dos conversores,  ainda não há qualquer pedido de compra lançado no mercado. E é preciso encontrar os fabricantes ou importadores dos conversores das TVROs aptos a fazerem essa entrega, para depois se montar uma grande força tarefa para distribuí-los às famílias que integram os programas sociais do governo. Além disso, é preciso encontrar  os produtores dos equipamentos que serão instalados nos transmissores dos sinais das TVs abertas.

Embora as operadoras de celular estejam todas interessadas em lançar os serviços, afinal, já pagaram pelas frequências,  até mesmo a constituição da empresa que vai gerir o dinheiro e concretizar  as medidas executivas esbarrou nas dificuldades burocráticas do Brasil real. Com apenas dois meses para a sua efetivação estabelecidos no edital, a EAF, se já tem seu presidente ( Leandro Guerra), só conseguiu completar sua diretoria há  pouco tempo, que deverá ser  conhecida nesta semana. Até então, a empresa estava atuando com o apoio de uma consultoria internacional.

A EAF tem inúmeras obrigações e uma volumosa quantia de recursos para serem aplicados – R$ 6 bilhões -. Embora esse dinheiro seja gasto ao longo do tempo de vários anos para a limpeza do espectro em todo o território brasileiro, o prazo de julho para o início da prestação dos serviços força medidas operacionais muito mais ágeis, que, no entanto, independem da vontade dos interessados.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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