Fust em uso: BNDES aprovou R$ 368 milhões a projetos desde setembro

BNDES distribuiu diretamente os recursos do Fust. A maioria dos financiamentos se destina a projetos de ampliação de redes de fibra e móvel

(crédito: Freepik)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou R$ 368,3 milhões em projetos de conectividade financiados com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Com o dinheiro, os projetos serão utilizados para construção de rede em 156 cidades e conexão de 163 escolas.

Os números foram revelados por Carlos Azen, chefe do departamento de TI, Telecom e Economia Criativa do BNDES durante o Fórum de Operadoras Inovadoras, realizado hoje, 10, em São Paulo, pelos sites Mobiletime e Teletime.

Segundo ele, o financiamento mais volumoso foi firmado na última semana, com um operador de capital aberto, cujo nome não pode, ainda, ser revelado. Tal projeto é de R$ 146 milhões.

Além deste, o BNDES já tinha emprestado recursos do Fust para as empresas Proxima (R$ 88 milhões), Unifique (R$ 72 milhões), Coprel Telecom (R$ 32 milhões), Sempre Telecom (R$ 20 milhões), e Aranet (R$ 10 milhões).

O dinheiro total chega a R$ 371,9 milhões, considerando investimentos próprios adicionais das empresas. E resultarão na implantação de 2.656 km de rede de fibra, ativação de 192 estações radiobase 4G e 5G, chegada de internet a 31 localidades.

A maior parte dos recursos, R$ 310,3 milhões, foram emprestados para iniciativas de ampliação de redes. Outros R$ 61,3 milhões, para levar internet às escolas.

Grandes analisam

Azen defende que a tomada de financiamento, ainda que reembolsável, junto ao BNDES é a forma mais barata de obter crédito para infraestrutura atualmente 0 superando inclusive debêntures incentivadas. O Fust Direto, aquele tomado com o banco estatal, sem intermediários regionais, representa a quase totalidade das iniciativas contratadas. Ele prevê pagamentos em até 15 anos, e incidência de taxa TR.

A contrapartida é que o dinheiro seja destinado à execução de projetos em áreas definidas pela Anatel, o que inclui levar banda larga a localidades, celular, ou conectar escolas.

Segundo Azen, o interesse maior pelos projetos se dá, neste momento, por provedores regionais pois ainda não há previsão do uso do dinheiro do Fust para cumprimento de obrigações. “As grandes operadoras têm focado seus investimentos nos mercados maiores e na execução das obrigações derivadas dos leilões de 5G, ambos fora do escopo do FUST neste momento”, afirmou ao Tele.Síntese.

Os projetos disponíveis para escolha de provedores e operadoras móveis são definidos por Anatel e pelo Conselho Gestor do Fust. Este já destinou R$ 2,2 bilhões ao BNDES para oferecer em financiamentos. Este ano, espera-se, começará o desembolso não reembolsável. Serão R$ 75 milhões orientados à conexão de escolas.

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Rafael Bucco

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