Fundo de Cingapura e Algar Telecom também fazem oferta pela Oi Móvel

Não são as três grandes operadoras brasileiras - Claro, TIM e Vivo- as únicas interessadas pelas operações móveis da Oi que estão à venda. A Algar Telecom e seu sócio de Cingapura, o fundo de investimentos Archy, também apresentaram oferta firme para a compra integral das operações móveis. No caso dessa proposta, no entanto, a Oi não será fatiada, e permanecerá mais um concorrente no mercado brasileiro de telefonia celular.

Não são as três grandes operadoras brasileiras – Claro, TIM e Vivo- as únicas interessadas pelas operações móveis da Oi, que estão à venda. A Algar Telecom e seu sócio de Cingapura, o fundo de investimentos Archy, também apresentaram oferta firme para a compra integral das operações móveis. No caso dessa proposta, no entanto, a Oi não será fatiada, e permanecerá mais um concorrente no mercado brasileiro de telefonia celular.

No fato relevante divulgado no sábado, 17, a Oi informava que “As propostas vinculantes, que foram apresentadas em conexão com o processo de market sounding já previamente comunicado pela Companhia, são sujeitas a condições normais em processos desta natureza e confirmam o interesse do mercado no seu negócio móvel”.

Nova Estratégia

As operadoras – tanto Algar Telecom, como Oi – procuradas, não confirmam a informação de que há mesmo um novo pretendente pelas operações da Oi, mas fontes que acompanham de perto essa movimentação confirmaram ao Tele.Síntese a segunda proposta.

O Jornal O Globo foi o primeiro a noticiar o interesse da operadora de Uberlândia na Oi móvel, em 29 de junho. À época o Tele.Síntese havia apurado que o maior interesse do grupo seria pelos ativos fixos da Oi, e não pelas operações móveis. Mas, fontes categorizadas disseram ao portal que a oferta foi mesmo apresentada pelos ativos móveis da Oi.

A Algar Telecom

Isso significa uma guinada de estratégia importante do grupo de Uberlândia, que tem o novo sócio desde 2018. Embora o grupo esteja no ramo de telecomunicações há mais de um século – e foi o único que “escapou” da estatização das telecomunicações na época da ditadura militar, permanecendo com o capital privado durante os mais de 20 anos de atuação da estatal Telebras – a sua expansão atual para fora de sua área originária (o Triângulo Mineiro e mais outros 100 municípios em volta) estava voltada para o mercado B2B e não o mercado de massa de celular.

A geração Garcia, que controla o grupo Algar, tem atuação em diversos outros ramos econômicos – turismo, agrobusiness, tecnologia – mas tem atenção especial pelas telecomunicações porque foi por esse segmento onde tudo começou. As suas operações móveis eram antes conhecidas por CTBC, mudaram de nome para Algar Telecom em 2013.

O grupo já teve participação bem mais significativa no mercado de telefonia celular brasileiro. No leilão de venda da banda B, (faixa de 850 MHz, telefones ainda analógicos), em 1997, o grupo arrematou as frequências do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Á época, a licença foi vendida por R$ 1,327 bilhão para a Lightel, conhecida depois por ATL e que era formada  ainda pela construtora Queiroz Galvão, SK Telecom, e o grupo Algar.

Anos mais tarde, com o grande desconforto da empresa sueca Telia com seus sócios brasileiros e interesse em deixar os investimentos tupiniquins, a Algar acabou ingressando nas operações do interior de São Paulo. Mas com o início da unificação das áreas, e entrada no mercado dos operadores europeus de telecom, a Algar vendeu essas grandes operações, mantendo apenas a  oferta do celular nas áreas onde mantém a concessão de telefonia fixa. Agora, com essa oferta, a empresa volta para o jogo nacional.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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