Fitch projeta EBITDA de R$ 8 bi para a TIM em 2020
A empresa de classificação de crédito Fitch soltou relatório nesta segunda-feira, 10, no qual considera que os títulos de longo prazo emitidos pela TIM Participações S.A., holding controladora da TIM, têm baixo risco (nota AAA) dentro do contexto brasileiro. Isso quer dizer que, dentre as empresas locais, a operadora tem menos chances que outras de deixar de pagar os credores.
A nota atribuída também não deve mudar na próxima avaliação, segundo a Fitch. Conforme a empresa, a TIM tem “participação relevante no mercado móvel e métricas financeiras conservadoras”, com “baixa alavancagem e uma liquidez robusta”.
A previsão é de que a geração de caixa da TIM a partir das operações cresça nos próximos anos, o que é positivo para credores desejosos de receber de volta seus empréstimos. As margens do EBITDA também serão mantidas altas, apoiadas no crescimento da base de clientes pós-pagos e na expansão da banda larga fixa. A análise levou em conta ainda a possível emissão de dívida para a compra de espectro para redes 5G.
Previsões de crescimento
Para a Fitch, a TIM vai registrar EBITDA (lucro antes de impostos, amortizações e depreciações) de R$ 8 bilhões em 2020 e de R$ 8,2 bilhões em 2021. A operadora reporta amanhã, 11, o dados financeiros para todo o ano de 2019.
A TIM também está preparada, diz a Fitch, para lidar com o “competitivo e regulado setor de telecomunicações” brasileiro, que tem como características ser de capital intensivo e exposto a rápidas transformações tecnológicas.
A empresa de classificação de crédito prevê que TIM está bem posicionada para os próximos cinco anos, em que deverá haver o desligamento de 1% a 2% ao ano de SIMCards. Além disso, a quantidade de linhas de telefonia fixa deve encolher 7% ao ano, enquanto a base de TV paga vai se retrair 3% ao ano. Em contrapartida, a quantidade de clientes de banda larga móvel e fixa vão crescer.
Em 2021, diz a previsão, a TIM terá mais de 50% da base formada por clientes móveis pós-pagos – estes eram 39% em setembro de 2019. As previsões consideram ainda que a operadora faça investimentos anuais de ao menos R$ 4 bilhões, sem contar desembolsos para compra de espectro, neste e no próximo ano.
A TIM Participações mereceu nota mais alta que sua controladora, o grupo italiano Telecom Italia, que tem rating BB+. Para a Fitch, a operação brasileira é pouco exposta a eventuais problemas financeiros do controlador, daí a nota independente.
Contexto
A classificação sai em uma conjuntura na qual as operadoras móveis se preparam para o leilão 5G, e poderão precisar se endividar para participar. A minuta do edital será colocada em consulta pública em breve, conforme decidiu a Anatel na semana passada.
Além disso, os rumores de consolidação pairam no mercado. A TIM é vista por analistas como uma das mais prováveis candidatas a adquirir ao menos uma parte da Oi Móvel, caso este ativo seja colocado à venda. Para comprá-lo, a TIM poderia emitir ações ou dívida.
Ano passado acionistas da TIM decidiram pedir à CVM registro de companhia aberta de sua operação móvel, a TIM S.A., o que permitiria a realização de uma oferta pública de ações na bolsa, embora a companhia negue interesse em tal transação. Outra saída seria a emissão de dívida, cujos juros e atratividade são impactadas por avaliações como a divulgada hoje pela Fitch. Em sua previsão, porém, a Fitch não menciona qualquer possibilidade de consolidação no mercado brasileiro.