Fim de litígio e compartilhamento podem ajudar caixa da Oi
O aluguel de linhas dedicadas pela Oi à TIM, as chamadas EILDs – Exploração Industrial de Linhas Dedicadas -, em 123 municípios do país, acabou por gerar um grande contencioso por questionamento de preço. A disputa foi parar na Justiça, pois a TIM reivindicava que a contratante passasse a adotar o modelo de custos, no lugar dos termos do contrato.
Neste momento, as empresas buscam um acordo extra-judicial e devem firmá-lo, diz a Oi, até a semana que vem. As negociações evoluem bem e são fundamentais para por fim ao contencioso.
Selada a paz, as empresas poderão retormar a discussão sobre compartilhamento de infraestrutura. Elas foram as primeiras a firmarem um acordo de ran sharing no país em 2013, compartilhando infraestrutura e a parte eletrônica das ERBs LTE da rede 4G em 2,5GHz. Com o projeto ganharam prêmio internacional. Agora, ambas querem avançar. Em que direção? “Em todas”, diz Eurico Teles, presidente da Oi.
Com a TIM, a Oi, segundo Teles, tem dois grupos de trabalho. Um de B2B e outro de Atacado, para resolver todas as questões pendentes referentes ao alugues de linhas dedicadas. No que se refere à Vivo, os grupos de trabalho dizem respeito a projetos futuros de compartilhamento e envolvem duas áreas: fibras ópticas (área de interesse da Vivo) e antenas (área de interesse da Oi).
Teles reconhece que não faz sentido para Oi avançar com a rede 4G em São Paulo, se pode fazer um acordo com a Vivo e usar a rede dela. Da mesma forma, não faz sentido para a Vivo construir backhaul óptico para interligar radiobases se pode usar toda sua infraestrutura óptica da Oi em capitais e grandes cidades no Nordeste ou em outras regiões.
Pode haver problema regulatório? “Não vejo como. É um serviço autorizado. É bom pra Anatel. Não tem sobreposição de ERB. É bom pro meio ambiente. É bom pro consumidor. Aumenta a oferta”, diz o presidente da Oi.
Mas esse modelo não pode gerar um problema competitivo? De falta de isonomia em relação outros players? “Eu acho que não, pois temos acordos com todas as grandes operadoras e queremos avançar no compartilhamento.”