Facebook e Twitter perdem valor um dia após ameaças de Trump

Presidente dos EUA já teria assinado decreto que permitirá processar as empresas por comentários publicados pelos usuários

As ações das redes sociais Twitter e Facebook caem nesta quinta-feira, 28. As empresas foram alvo de críticas ontem, por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele ameaçou emitir um decreto para alterar lei que exime provedores de aplicações de responsabilidade sobre o que é publicado na internet, ou até mesmo fechar as empresas.

O decreto teria o poder de permitir que órgãos reguladores federais multassem as redes sociais caso julguem que há censura a posts realizados pelos usuários. Segundo a agência Reuters, o decreto já foi assinado e aguarda publicação.

A reação de Trump se deu após o Twitter tachar mensagens do presidente norte-americano como inverídicas, exibindo um alerta que direcionava a sites apontando checagem de fatos. No caso, Trump afirmava haver fraudes em votações por correio. A rede social passou a alertar os usuários sobre a falsa alegação e linkou aos sites da CNN e do jornal Washignton Post, que mostravam como essas acusações de fraude não têm base factual.

Até Às 17h30, as ações do Twitter caíam 4,45% na Nasdaq, a bolsa de ativos tecnológicos dos EUA. As ações do Facebook caíam menos, 1,61%.

Descolamento

Ontem, pouco após os ataques de Trump, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg deu entrevista à rede de TV Fox News na qual defendeu que tem políticas distintas da rival dos microblogs. Segundo ele, não cabe ao Facebook “arbitrar a veracidade” dos conteúdos publicados pelos usuários.

A postura do Facebook não é nova. Ano passado, a rede social avisou que permitiria que políticos anunciassem ou promovessem posts na plataforma, inclusive se fossem mentirosos. O Twitter, na mesma época, baniu os anúncios políticos da sua rede.

Na noite de ontem, o CEO do Twitter, Jack Dorsey, respondeu a Zuckerberg. Afirmou, via tuítes, que checar a veracidade de mensagens não torna a plataforma “árbitra da verdade”. “Nossa intenção é conectar pontos de afirmações conflitantes e mostrar a informação em disputa para que as pessoas possam julgar por si mesmas”, escreveu. E arrematou que “mais transparência de nossa parte é crítica para que o pessoal compreenda claramente as razões por trás de nossas atitudes”. (Com agências internacionais)

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Da Redação

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