Fabricantes veem oportunidade de rentabilidade com 5G
A indústria de telecom tem a oportunidade de aumentar a rentabilidade com o início do 5G no país. A previsão é tanto do presidente da Qualcomm na Amárica Latina, Luiz Tonisi, como do presidente da Ericsson no cone sul da América Latina, Rodrigo Dienstmann. Os dois participaram de debates no Painel Telebrasil 2022, iniciado nesta terça-feira, 28, em Brasília.
Para Tonisi, investimentos em fabricantes de hardwares e softwares podem se mostrar mais produtivos que investir na indústria de semicondutores, como defende o governo. Um exemplo citado per ele é o custo da CPE para FWA, que ainda é muito caro para massificar o serviço de banda larga fixa por 5G, que cairia caso fosse fabricado no país.
Segundo Tonisi, a Qualcomm tem investido muito em diversificação para avançar de uma indústria de celular para uma empresa de connected intelligent edge, com venda de equipamentos e serviços para o 5G baseados em inteligência artificial. “A rentabilidade do 5G não virá das redes, mas das aplicações que serão desenvolvidas e a Qualcomm quer ser habilitadora dos desenvolvedores”, disse.
Pacesetter
Rodrigo Dienstmann, da Ericsson, também vê elevado potencial de monetização da indústria de telecom com o 5G. Para isso, o país deve ser um pacesetter (pioneiro), ou seja, ter cobertura, oferta de serviços digitais e ecossistema 5G, uma plataforma que agregue desenvolvedores de aplicações, fabricantes e operadoras. “5G não é apenas uma tecnologia, mas uma plataforma. Ninguém conseguirá fazer tudo sozinho”, disse.
Dienstmann afirma que o Brasil é um pacesetter natural no ramo do agrobusiness e está largando na frente no quesito de rede stand alone. O desafio é crescer em outras áreas.
O presidente da Ericsson na América Latina disse que várias fortunas foram criadas baseadas em três camadas das telecomunicações: o arpu do pós-pago, o arpu do pré-pago e o arpu do M2M, sem que os fabricantes e teles conseguissem aumentar a rentabilidade. Essas empresas não podem perder a nova oportunidade.
Terminais
Para Marcelo Motta, diretor de CyberSegurança da Huawei, o grande desafio para que o 5G alcance mais de 20% da base de clientes são os preços dos terminais, que são muito caros. “Reduzir imposto dos terminais, para permitir a rentabilização mais rápida para os investimentos a serem feitos pelas operadoras”, defendeu.