Exportações e nova linha de produtos vão garantir crescimento modesto à Furukawa
Foad Shaikhzadeh, presidente da Furukawa Industrial e vice-presidente do Grupo Furukawa Eletric, não há mais o que esperar de 2016. Ele acredita que o quadro econômico poderá começar a se reverter em 2017 e, com certeza, tomar novo fôlego em 2018. As projeções da empresa para o atual exercício, que se encerra em março de 2017, é de uma receita líquida de R$ 750 milhões, 7% acima dos R$ 704 milhões do exercício anterior.
O crescimento da receita líquida, de acordo com Shaikhzadeh, virá da linha de produtos de rede de acesso de banda larga GPON adquirida da AsGa e das exportações. Com a linha GPON (Gigabit Passive Optical Network) a empresa espera faturar cerca de R$ 30 milhões, e com as exportações mais R$ 20 milhões, além dos R$ 196 milhões obtidos no exercício passado. Nos demais segmentos, mesmo no de ISPs que vinha crescendo na casa de dois dígitos nos últimos anos, não haverá expansão.
De acordo com o presidente da empresa, se o mercado brasileiro não estivesse em crise, ele deveria estar consumindo 5,2 milhões de quilômetros de fibra/ano. Mas a demanda não vai além de 3,8 milhões a 4 milhões de quilômetros de fibra/ano. “Por isso, estamos operando com nossa fábrica com 70% a 80% da capacidade, enquanto na Argentina e na Colômbia usamos 100% da capacidade”, conta Shaikhzadeh, observando, no entanto, que são fábricas bem menores.
Se no Brasil falta demanda, no exterior, para alguns tipos de fibra há falta de produto. “Isso porque empresas como Amazon, Facebook, Microsoft, entre outras, estão duplicando seus datacenters, o que demanda um enorme investimento em conexão”, observa, lembrando também do movimento intenso no mercado de cabos submarinos.
O faturamento da Furukawa, no Brasil, está dividido em três segmentos: banda larga (operadoras, ISPs, utilities e governo), que responde por 40%; companhias de distribuição de energia, com 30%; e exportações, com os 30% restantes.