Oi rebate a credores: diz que não tem controlador ou acordo de acionistas. E sai outro conselheiro.

Em nota, o conselho de administração ressalta a legitimidade dos conselheiros eleitos e defende sua atuação. Afirma que os credores descontentes com o plano de recuperação judicial poderão se manifestar e votar contra em assembleia a ser marcada, conforme prevê a lei. Board da companhia teve outra baixa na última semana, com renúncia de Marcos Grodetzky. A saída dele está sendo interpretada por alguns analistas do mercado como o primeiro sinal de acordo entre a Pharol e o fundo Société Mondiale, que poderia em breve ganhar a sua representação no comando da operadora.

shutterstock_Peshkova_Consumidor_Economia_Concorrencia_Competicao_DisputaO Conselho de Administração da Oi emitiu nota nesta segunda-feira, 12, na qual rebate parte das críticas feitas por credores após a divulgação do plano de recuperação judicial, semana passada. Os credores acusaram a companhia de traçar uma RJ que “beneficia acionistas majoritários”. Em reposta, o conselho da Oi afirma que a operadora tem capital pulverizado, sem controlador ou acionista majoritário, e nega que tenha feito qualquer acordo para a elaboração do plano.

Vai além. O conselho de administração ressalta a legitimidade dos conselheiros eleitos e defende sua atuação. Afirma que os credores descontentes com o plano de recuperação judicial poderão se manifestar e votar contra em assembleia a ser marcada, conforme prevê a lei.

Confira a íntegra da nota abaixo:

“O Conselho de Administração da Oi esclarece que a companhia não possui controlador, acionista majoritário ou acordo de acionistas. Os membros do conselho foram eleitos legitimamente, seguindo todos os ritos de governança previstos na legislação. Seus representantes atuam de boa-fé visando defender os interesses da Oi.

É importante destacar que o Plano da Oi apresentado no âmbito da Recuperação Judicial foi aprovado em reunião formal do Conselho de Administração. A elaboração do Plano e a Governança de aprovação cumpriram as previsões legais.

O Plano contempla proposta aos credores, considerando viabilizar a Recuperação da Oi e sua sustentabilidade. Os credores deverão avaliar o Plano, seguindo o processo formal da Recuperação Judicial, e se manifestar dentro de prazo legal. As discussões sobre o Plano devem ocorrer dentro dos processos formais da Recuperação Judicial, cabendo aos credores, como prevê a lei, decidir em assembleia sobre aceitação do Plano.”

Dança das cadeiras
A nota sai, também, pouco depois da renúncia de Marcos Grodetzky ao cargo que ocupava no conselho de administração. Ele apresentou o pedido na última sexta-feira, 9. O executivo teria mandato até 2018 e não tinha suplente uma vez que substituía Robin Bienenstock, conselheira titular que renunciou após a saída de Bayard Gontijo da presidência da companhia, e junho. A companhia não informou os motivos do pedido.

O conselho passa a ter seis baixas este ano: além de Grodetzky e Bienenstock, saíram Marten Pieters (todos ocupantes da cadeira destinada a conselheiros independentes), Joaquim Dias de Castro, Fernando Marques dos Santos e Pedro Guterres – este, suplente, ligado à Pharol. O conselho está com seis executivos sem suplentes, e agora, uma cadeira vazia.

Grodetzky era um dos conselheiros na mira de substituições desejadas pelo investidor Nelson Tanure, do fundo Société Mondiale.

A  liberação dessa vaga no conselho, já sem a suplência, já é vista por diferentes fontes do mercado como os primeiros sinais de que o fundo Société Mondiale e a Pharol começaram a se entender  para o  ingresso do novo sócio nos rumos decisórios da Oi.

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Rafael Bucco

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