ETNO se junta à GSMA em cobrança pelo “fair share” do streaming na Europa
Em uma manifestação conjunta, a GSMA, associação que representa as operadoras móveis em todo o mundo, e a ETNO, associação europeia de operadoras, pediram aos formuladores de políticas europeus que tomem medidas ousadas para garantir a liderança da União Europeia (UE) no que diz respeito à conectividade na próxima década.
Em resposta a uma consulta pública da Comissão Europeia, intitulada “O futuro do setor de comunicações eletrônicas e suas infraestruturas”, as entidades afirmam que a Europa está em um ponto de inflexão, de modo que uma mudança política se mostra necessária e urgente para criar as condições adequadas para uma futura liderança europeia em termos de conectividade e, ao mesmo tempo, evitar que o continente fique ainda mais para trás dos concorrentes globais.
“Já hoje, 5G, IoT e computação de borda começaram a capacitar economias e sociedades sustentáveis em toda a Europa. Amanhã, a tecnologia de telecomunicações será marcada pela virtualização da rede, com as ‘telcos’ se transformando em empresas ‘tech-comm’ e mudando as funções de conectividade para a nuvem pública”, afirmam as entidades, em trecho do comunicado.
Segundo as associações, o continente europeu convive com uma lacuna de investimento em rede de pelo menos 174 bilhões de euros (aproximadamente R$ 934,64 bilhões) e “os mercados de telecomunicações estão excessivamente fragmentados”.
Além disso, as associações engrossam o coro contra os chamados “Grandes Geradores de Tráfego” (Netflix, YouTube e outras plataformas de streaming de vídeo), dizendo que há uma relação desequilibrada, com “um pequeno punhado de empresas multinacionais gerando enormes custos de rede que são arcados exclusivamente pelas empresas de telecomunicações e seus clientes”.
Segundo as entidades, isso compromete o investimento em redes futuras, deixando empresas e cidadãos europeus em desvantagem.
Nesse sentido, para que o continente permaneça à frente em 5G, FTTH (fibra até a casa) e nuvem, a GSMA e a ETNO propõem, em resposta à consulta, que a UE simplifique a regulamentação e crie um mercado único de telecomunicações, inclusive no que diz respeito a espectro, proteção do consumidor, tributação e estruturas.
Além disso, as entidades querem que o bloco adote um “mecanismo de contribuição justo” que permita negociações equilibradas entre teles e grandes geradores de tráfego.
“Atualmente, esses grandes geradores de tráfego obtêm o maior benefício do investimento em telecomunicações, ao mesmo tempo em que criam uma carga de alto custo por meio de seu tráfego e exercem poder desproporcional nos mercados”, argumentam.