Estudantes planejam operadora móvel 100% digital
Um grupo de seis estudantes universitários criou uma operadora móvel virtual, batizada de Fluke. A startup de telefonia móvel pretende ser de baixo custo, com atendimento totalmente realizado por app. Nasceu de um projeto conjunto entre alunos da USP, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Paulista (Unip).
Mas ainda não está em operação. O conceito será submetido a uma competição nos Estados Unidos. Depois, os alunos esperam viabilizar o negócio, com ajuda de investidores.
“Nosso cliente poderá contratar serviços da forma mais personalizada possível. Ele vai escolher o pacote que desejar, sem passar por intermediários, e não será obrigado a comprar planos extras que não utilizaria como forma de obter descontos em seu produto de interesse. Os valores de cada serviço ainda estão sendo estipulados”, explica Marcos de Oliveira Junior, aluno do curso de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP e um dos idealizadores da startup, fundada em junho do ano passado.
Segundo ele, a contratação de serviços da Fluke será rápido, transparente e intuitivo. O interessado deverá acessar o aplicativo da empresa solicitar o chip SIM, que será entregue pelo correio. Após a ativação, poderá selecionar que plano deseja.
Dentro do app, será possível trocar de plano, alterar os dados pessoais, acompanhar o consumo em tempo real, contratar o acesso a redes sociais, minutos de ligações, SMS, internet, além de solicitar ajuda pelo chat ou diretamente pelo telefone.
Melhorar o que existe
“As grandes operadoras de telefonia possuem uma base enorme de clientes, tornando o mercado oligopolizado. Porém, muitos consumidores contestam a qualidade dos serviços prestados e, frequentemente, as reclamações desencadeiam problemas jurídicos às empresas. Foi por isso que escolhemos o caminho das operadoras virtuais, pois assim conseguimos focar em uma relação de excelência com os clientes”, afirma Yuki Watanabe, aluno do curso de Engenharia Elétrica – Ênfase em eletrônica da EESC.
“Falta transparência às operadoras. Algumas pessoas mal sabem o valor exato que irá pagar na fatura do mês seguinte ou se o serviço está realmente sendo entregue, por exemplo. Para piorar, a comunicação com as empresas físicas é difícil e muitos clientes até deixam de mudar de operadora por pensar que na concorrente o serviço também será ruim”, explica Matheus Uema, aluno do curso de Engenharia de Computação, oferecido pela EESC em parceria com o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), também da USP em São Carlos.
São Carlos deve ser o ponto de partida da nova tele. “Muitos estudantes se mudam para São Carlos a fim de estudar e acabam trocando de operadora para falar com os pais. Pode ser um momento oportuno para nós”, diz Yuki.
Competição de empreendedorismo
A Fluke venceu a seletiva nacional da International Business Model Competitions (IBMC) 2018. Agora, eles vão representar o Brasil na etapa mundial da competição, em disputa com projetos de outros 39 países. Para isso, estão fazendo uma “vaquinha”. Estimam precisar de R$ 30 mil para apresentar o projeto nos Estados Unidos.
A previsão é de que a startup comece a operar em 2019. Até lá, precisará obter aval da Anatel e um contrato com outra operadora móvel que possua rede em São Carlos. As negociações, afirma, já começaram.
Além de Marcos, Yuki e Matheus, também fazem parte da equipe Vinícius Ito, estudante do curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, Leonardo Santos, aluno de administração da FGV e Augusto Pinheiro, que estuda Ciências de Computação na Unip. (Com assessoria de imprensa)