Ericsson tem prejuízo bilionário no terceiro trimestre e aponta incertezas para 2024

Resultado foi impactado pela baixa contábil relacionada à aquisição da Vonage; receita da companhia sueca teve recuo de 10% entre julho e setembro, com queda substancial na América do Norte
Ericsson tem prejuízo bilionário no terceiro trimestre de 2023
Sede da Ericsson em Kista, Estocolmo (Suécia); prejuízo no terceiro trimestre é o segundo consecutivo em 2023 (crédito: Ericsson)

A Ericsson divulgou, nesta terça-feira, 17, os resultados financeiros do terceiro trimestre deste ano, período em que registrou prejuízo líquido de 30,5 bilhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 2,8 bilhões). Com isso, a fabricante de equipamentos de telecomunicações não conseguiu reverter as perdas registradas no trimestre anterior.

Segundo a empresa sueca, o prejuízo se deve, sobretudo, à baixa contábil de 32 bilhões de coroas suecas (US$ 2,9 bilhões) relacionada à aquisição do provedor de nuvem Vonage em 2021. Sem essa deterioração, a companhia teria registrado lucro líquido de 1,4 bilhão de coroas suecas (US$ 130 milhões).

O balanço também mostra que a receita líquida da empresa somou 64,5 bilhões de coroas suecas (US$ 5,9 bilhões) entre julho e setembro, queda de 5% na comparação com o mesmo período de 2022. Em termos orgânicos, a baixa foi de 10%.

“Esperamos que a incerteza macroeconômica persista em 2024, o que impacta a capacidade de investimento dos nossos clientes”, afirmou Börje Ekholm, presidente e CEO da Ericsson, em trecho do informe financeiro.

Setores

No terceiro trimestre, entre as divisões da Ericsson, o negócio de redes, o de maior importância financeira para a companhia, registrou queda de receita de 16%, em termos orgânicos e levando em conta moedas comparáveis, totalizando 41,5 bilhões de coroas suecas (US$ 3,8 bilhões).

Por outro lado, o segmento de serviços de nuvem e software avançou 5%, chegando a 15,6 bilhões de coroas suecas (US$ 1,43 bilhão). A divisão de serviços corporativos teve alta orgânica de 11%, somando 6,7 bilhões de coroas suecas (US$ 619 milhões) no período.

O resultado da Ericsson sofreu forte influência do recuo de 51% da receita na América do Norte. Na América Latina e na Europa, regiões sob a mesma divisão da companhia, houve queda de 6%, ao passo que o declínio no Nordeste da Ásia foi de 2%.

Pelo lado positivo, houve alta de 74% na região composta por Sudeste da Ásia, Oceania e Índia, além de avanço de 10% no Oriente Médio e na África.

Perspectivas

Para o quarto trimestre, a projeção da Ericsson é de que os resultados sejam semelhantes aos do terceiro período do ano.

O CEO indicou que a empresa deve enfrentar os desafios com foco nos elementos que estão sob o seu controle, como gestão de custos e eficiência operacional.

“Estamos numa jornada para reposicionar fundamentalmente o nosso negócio e continuamos a executar a nossa estratégia para ampliar a nossa liderança em redes móveis, expandir o nosso negócio empresarial e impulsionar uma transformação cultural duradoura”, pontou Ekholm.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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