Ericsson encerra 2019 com lucro e 78 contratos 5G na carteira
A Ericsson encerrou 2019 com lucro líquido equivalente a US$ 188,55 milhões, uma virada ante o resultado de 2018, quando amargara prejuízo de US$ 660 milhões. Apesar do retorno ao azul, o CEO da fabricante ressaltou que o processo de turnaround do grupo continua, e que metas ainda precisam ser atingidas neste ano e em 2022 para que a reestruturação seja considerada plena.
Ele festejou, porém, o número de contratos comerciais em 5G. Börje Ekholm afirmou que a empresa terminou o ano com 78 contratos para implantação comercial de redes de quinta geração. Até o final de dezembro, a Ericsson tinha ativado 24 redes comerciais 5G mundo afora para esses clientes.
Ekholm ressaltou que os números do ano, embora melhores que os de 2018, tiveram impactos atípicos, como a multa recebida nos Estados Unidos por envolvimento de funcionários em práticas de corrupção na África, Ásia e Oriente Médio, o aumento dos investimentos na China de olho na demanda por 5G que virá desse mercado a partir deste ano, e da freada da demanda na América do Norte em função de incertezas relacionadas à fusão das operadoras T-Mobile e Sprint. Não fosse isso, a expansão nas receitas teria sido de 9,7%, em linha com a meta anterior de 10%.
Ainda assim, o cenário é de otimismo, garante. Na China, ele diz que o investimento feito, embora represente aumento de custos no primeiro momento, resultará em retorno e ganho de participação do mercado local – que tende a ser o maior do mundo em redes 5G.
O executivo falou também que há ainda resultados negativos de contratos estratégicos, que começarão a dar resultados mais que satisfatórios no longo prazo. Assim como a fusão com a divisão de antenas da Kathrein, adquirida no terceiro trimestre de 2019, e que embora incorra em despesas agora, vão melhorar a capacidade competitiva e as margens do grupo no médio prazo.
Números
A Ericsson registrou receitas de US$ 23,8 bilhões em 2019. Ampliou a margem bruto de 32,3% para 37,3%. O lucro operacional ficou em US$ 1,11 bilhão, quase nove vezes acima do registrado em 2018.
Os dados anuais mostram que houve crescimento de 20% nas vendas na América do Norte, de 18% o Leste asiático. Em outras áreas, o crescimento foi baixo ou negativo. É o caso da América Latina, contabilizada com a Europa no balanço da Ericsson. Nesse caso, as receitas caíram 1% no ano, segundo a empresa devido à antecipação de investimentos feitos pelas operadoras em 2018.
Os dados do quarto trimestre mostram aumento de 4% nas receitas, que ficaram em US$ 6,9 bilhões. O lucro operacional subiu para US$ 638 milhões, ante prejuízo no mesmo período de 2018. O lucro líquido segui a mesma tendência. No quarto trimestre tinha-se um prejuízo líquido de US$ 680 milhões, que agora inverteu o sinal e passou a US$ 471 milhões.
Por divisão, a unidade de redes, principal fonte de receitas da companhia, cresceu 12% no ano. Já os serviços digitais expandiram 5%, enquanto os serviços gerenciados caíram 1% e novos negócios (que incluem serviços de mídia) tiveram retração de 19%.
Citando dados da consultoria Dell’Oro, a companhia acredita quem em 2020 o mercado global de redes móveis (RAN) crescerá 4%.