IA será cada vez mais importante para redes de próxima geração, indica UIT

Bruno Ramos, diretor regional da UIT para as Américas, diz que tecnologia pode simplificar a complexidade do serviço móvel; também afirma que agência apoia uso da IA como forma de alcançar os objetivos da Agenda 2030
IA pode ajudar a reduzir a complexidade das redes móveis, diz UIT
Bruno Ramos, diretor regional da UIT para as Américas; agência apoia uso da IA fornecendo ferramentas para empresas de telecom (crédito: Reprodução)

O uso de Inteligência Artificial (IA) para gerenciar redes de telefonia celular deve se tornar mais necessário à medida que a tecnologia móvel avança, indicou Bruno Ramos, diretor regional da União Internacional de Telecomunicações (UIT) para as Américas, em evento online, nesta quinta-feira, 8.

Segundo ele, a cada geração do serviço móvel, a complexidade das operações aumenta, tornando mais exigente o trabalho técnico. “As redes do futuro são muito complicadas para seres humanos gerenciarem”, afirmou, em webinário promovido pela associação 5G Americas.

Desse modo, Ramos apontou que tecnologias de automação poderão ser absorvidas pelas operadoras como forma de acelerar e supervisionar as operações. “A IA e o machine learning são peças-chave nesse processo”, frisou.

Inclusive, a UIT, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), fornece um conjunto de ferramentas de IA e machine learning padronizadas para integração com redes 5G. A agência também trabalha na padronização de soluções para outros ramos e atividades pertinentes ao setor de telecomunicações, como serviços multimídia, avaliação de dados e arquitetura de rede.

Ramos ressaltou que, por meio da iniciativa AI for Good (IA para o bem, em tradução livre), implementada em 2017, a UIT visa a endossar o uso eficiente da tecnologia pelas empresas de telecom, visando, principalmente, ao cumprimento da Agenda 2030, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável elencados pela ONU.

“A IA entrou agora no mainstream. Isso é bom ou ruim? Depende, pode se usada e abusada nas mãos erradas”, pontuou. “O nosso objetivo com o AI for Good é identificar como aplicar a tecnologia para avançar nos objetivos da ONU”, complementou.

Regulação

Questionado pelo Tele.Síntese se a UIT acompanha os projetos que visam a regular a IA em diversas partes do mundo, Ramos indicou que a agência adota uma postura um pouco distante das discussões legislativas. No entanto, afirmou que a organização apoia a implantação da tecnologia.

“Temos várias discussões, não só na parte tecnológica das redes, como 5G e 6G, mas também estamos envolvidos com outras agências da ONU e governos para ajudar na implementação da IA”, assinalou. Ele também disse que os debates versam sobre temas como privacidade, futuro do trabalho e preservação cultural.

Especificamente sobre o Brasil, o diretor regional da UIT apontou que a agência deve colaborar com alguns temas em análise pelo Grupo de Trabalho (GT) de Economia Digital do G20, incluindo IA para desenvolvimento sustentável e políticas de conectividade significativa.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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