Era do 5G: desafios e oportunidades para a infraestrutura de TI

Para acompanhar o ritmo acelerado do avanço do 5G e aproveitar todos os benefícios que essa tecnologia traz, é crucial que as empresas invistam na atualização de sua infraestrutura de TI e dos centros de dados, argumenta Marcio Martin, da green4t
Marcio Martin, da green4t, escreve sobre a relação entre 5G e infraestrutura de TI
“Colaboração entre teles e fornecedores de infraestrutura de TI é essencial para o 5G”, escreve Marcio Martin, vice-presidente da América Latina na green4T (crédito: Divulgação)

*Por Marcio Martin

O avanço da tecnologia 5G está revolucionando diversos setores e sua relação com a infraestrutura de TI e os centros de dados é de extrema importância. O modelo oferece velocidades de conexão mais rápidas, menor latência e maior capacidade de rede, melhorias que têm impactos significativos na infraestrutura e centros de dados.

Segundo a pesquisa “Roadmap Forum Latin America 2023”, feita pelo IDC e divulgada em março, as assinaturas 5G devem representar 6% das conexões móveis na América Latina ainda neste ano. Até 2026, a previsão é que represente 17% das assinaturas na região. A fatia não é tão grande se comparada com outros países (China, EUA e Japão ainda concentram 80% desse volume, de acordo com a consultoria Omdia), mas é promissora ainda assim. A Anatel afirmou que, em 2022, a base de 5G no Brasil fechou em 5,7 milhões de acessos.

De acordo com o instituto alemão Statista, o faturamento da indústria de telecomunicações relacionada ao 5G deve superar os US$ 342 bilhões neste ano, indicando o crescimento acelerado desse setor. Com esse crescimento, os Chief Information Officers (CIOs) têm o papel crucial de compreender o potencial e a importância de tornar os sistemas mais “ecológicos”, atendendo às expectativas de um público cada vez mais consciente e investidores mais preocupados com o meio ambiente.

Uma das áreas impactadas pela implantação do 5G é a infraestrutura de TI. Com o aumento da largura de banda, os centros de dados precisam lidar com um volume maior de informações geradas pelos dispositivos conectados. Isso exige uma infraestrutura de TI capaz de processar e armazenar grandes quantidades de dados de forma eficiente. Além disso, a redução da latência impulsiona a adoção de tecnologias como realidade virtual, jogos online, automação industrial e veículos autônomos, aumentando ainda mais a demanda por uma infraestrutura robusta e escalável.

Outra mudança significativa trazida pelo 5G é a possibilidade de computação de borda (edge computing) mais viável. Isso porque, a partir do seu uso, é possível processar dados e executar aplicativos mais perto do local onde são gerados, nos chamados pontos de acesso de borda. Isso reduz a necessidade de enviar todos os dados para um ambiente centralizado, aliviando a carga da infraestrutura de TI e melhorando a eficiência da rede.

O edge computing é fundamental para maximizar o potencial do 5G. Ao processar dados perto de onde são gerados, reduz a latência e proporciona transmissões mais rápidas e eficientes. Além disso, ao diminuir a necessidade de envio de dados para ambientes centralizados, aumenta a eficiência da rede 5G, essencial para suportar aplicações em tempo real e tecnologias emergentes como a Internet das Coisas (IoT).

A expansão da Internet das Coisas (IoT) também é impulsionada pelo 5G. Uma pesquisa da ISG Provider Lens Internet das Coisas (IoT), de 2022, estima que, até 2025, haverá mais de 27 bilhões de dispositivos IoT conectados em todo o mundo[1], gerando uma quantidade massiva de informações que precisam ser processadas e armazenadas pelos centros de dados. A infraestrutura de TI e os centros de dados devem estar preparados para lidar com esse aumento exponencial na demanda de conectividade e processamento.

Além disso, o 5G está impulsionando a adoção de tecnologias emergentes, como inteligência artificial, machine learning e análise de dados em tempo real. Com essa conectividade mais rápida e confiável, os centros de dados desempenham um papel fundamental no suporte a essas tecnologias, fornecendo o poder de processamento e a capacidade de armazenamento necessários para executar algoritmos complexos e lidar com o aumento de demanda.

Para acompanhar o ritmo acelerado do avanço do 5G e aproveitar todos os benefícios que essa tecnologia traz, é crucial que as empresas invistam na atualização de sua infraestrutura de TI e dos centros de dados. Isso inclui a expansão da capacidade de armazenamento, o aprimoramento da capacidade de processamento, a implementação de soluções de edge computing e a garantia de conectividade confiável e de baixa latência.

A colaboração entre as empresas de telecomunicações e fornecedores de infraestrutura de TI é essencial para aproveitar plenamente as oportunidades oferecidas pelo 5G. Essa integração permite uma combinação eficiente de recursos, garantindo o processamento rápido e seguro de dados. Para conseguir alcançar todos esses avanços, alguns passos são necessários, entre eles, estão:

Modernização da infraestrutura

Em suma, o 5G está desempenhando um papel transformador na infraestrutura de TI e nos centros de dados. Ao investir na modernização da infraestrutura, as empresas estarão preparadas para aproveitar todas as oportunidades e se manterem competitivas. Acompanhar esse avanço é igualmente importante para garantir a disponibilidade contínua desses sistemas e adotar práticas sustentáveis para torná-los mais eficientes em termos energéticos.

Continuidade operacional

A disponibilidade da infraestrutura de TI e dos centros de dados é fundamental, pois eles são responsáveis por armazenar e processar dados essenciais para as operações das empresas. Uma interrupção nos serviços devido a falhas na infraestrutura pode ter impactos significativos nos negócios, causando perda de produtividade, prejuízos financeiros e danos à reputação. Portanto, é vital implementar backup de dados e sistemas de recuperação de desastres para garantir a continuidade operacional.

Avanço da sustentabilidade

Em relação à sustentabilidade, o setor de TI e os centros de dados consomem uma quantidade significativa de energia. Estima-se que os centros de dados sejam responsáveis por uma parcela considerável das emissões de carbono globais. Portanto, é fundamental adotar práticas sustentáveis para minimizar o impacto ambiental dessas operações.

Uma abordagem para tornar a infraestrutura de TI e os centros de dados mais sustentáveis é investir em soluções de eficiência energética, como o uso de sistemas de resfriamento mais eficientes. Ou, ainda, no aproveitamento de energias renováveis e no gerenciamento inteligente do consumo de energia. Além disso, a consolidação e a virtualização de servidores podem reduzir a quantidade de hardware necessário, otimizando o uso dos recursos disponíveis.

Ao adotar práticas sustentáveis na infraestrutura de TI e nos centros de dados, as empresas não apenas contribuem para a preservação do meio ambiente, mas também podem obter benefícios financeiros, como a redução dos custos operacionais de energia e a melhoria da eficiência dos recursos. Além do investimento em sustentabilidade, há a necessidade de contar com empresas especialistas em tecnologia para oferecer serviços que mantenham toda a operação disponível. Isso abrange desde o suporte para uma gestão eficiente e ágil (para evitar a ocorrência de falhas) até o monitoramento remoto e uso de soluções inteligentes que contribuem para a realização de ações preditivas que dão integridade e segurança a todo ambiente de TI.

*Marcio Martin é vice-presidente da América Latina na green4T

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