Entidades defendem o aperfeiçoamento do Ceitec, em vez de dissolução

Manifesto prevê que privatização da estatal representará representará um retrocesso tecnológico na indústria microeletrônica do Brasil

Um grupo de 20 entidades e movimentos civis divulgaram manifesto a favor da continuidade e aperfeiçoamento da estatal Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A). A fábrica local de chips pode ser dissolvida pelo governo federal. Para o grupo, a empresa “constitui um patrimônio de inovação tecnológica da sociedade brasileira, de importância estratégica para o desenvolvimento econômico do país”.

O coletivo destaca que a o risco de extinção da estatal, criada em 2008 e sediada em Porto Alegre (RS), representará um retrocesso tecnológico na indústria microeletrônica do Brasil em favor inclusive de países menores que produzem semicondutores, a exemplo de Coreia do Sul e a Malásia.

“Extinguir a Ceitec significa, portanto, ir na contramão do movimento global de nações e empresas tecnológicas que estrategicamente fomentam o desenvolvimento e condenar o Brasil à dependência de tecnologia importada”, aponta o manifesto.

Segundo o documento, o mundo contemporâneo tem como uma de suas características fundamentais o desenvolvimento constante do conhecimento e da inovação tecnológica, de que são expressão a Internet das coisas, os big data e a inteligência artificial. Cita que eles necessitam de circuitos integrados (chips) permanentemente projetados para atender inúmeras demandas.

“Indústria, serviços, comunicações, transportes, agronegócio, defesa, saúde e entretenimento são alguns dos setores que vivem processos revolucionários de transformação gerados pela eletrônica. A micro e nano eletrônica, a técnica de produzir chips, estão no centro desta transformação e tornaram-se uma área vital na economia mundial”, assinala o manifesto.

Produtos

O Ceitec projeta, fabrica e comercializa circuitos integrados (chips) para aplicações em identificação de animais, medicamentos, pessoas e veículos, além de autenticação, gestão de inventário, controle de ativos, entre outras, e, para isso, conta com profissionais altamente qualificados.

“Nos últimos anos, a empresa comercializou mais de 100 milhões de chips no mercado privado e teve produtos certificados internacionalmente, demonstrando o atendimento a requisitos operacionais e de segurança internacionais”, ressalta o coletivo.

São signatários do manifesto as seguintes entidades:

SENGE – Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul
FNE – Federação Nacional dos Engenheiros
CUT – Central Única dos trabalhadores
Intersindical – Central Sindical
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiros
NCST – Nova Central Sindical dos Trabalhadores
FS – Força Sindical
CONLUTAS – Central Sindical e Popular
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores Brasileiros
CSB – Central Sindical Brasileira
PUBLICA – Central dos Servidores Público
FSP – Fórum Sindical e Popular
STIMEPA – Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre
FTM – Federação dos Metalúrgicos do RS
ADUFRGS – Associação dos Docentes da UFRGS
SINPRO – Sindicato dos Professores do RS
FEETSUL – Federação dos Trabalhadores da Educação Privada do RS
IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil
SINTERGS – Sindicato dos Servidores de Nível Superior – RS
ESOCITE.BR – Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias

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Abnor Gondim

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