Emissoras de TV consideram “mandatória” a saída da TV por parabólica da banda C

Para as emissoras comerciais de TV, os atuais canais de TVROs (TV aberta por parabólica) que ocupam hoje a banda C do satélite devem todos migrar para a banda Ku, pois alegam que em pouco tempo "não haverá mais espaço para a TVRO na Banda C" e argumentam que a instalação de filtros na atuais antenas parabólicas para impedir a interferência da 5G seria "desperdício de recursos públicos".

As entidades que representam as emissoras comerciais de TV – Abert e SET – além das próprias empresas, como o grupo Globo, não abrem mão de migrar as transmissões das TVROs (TV aberta por parabólica) para a banda Ku do satélite, ao invés de apoiar a solução de mitigação da interferência que a tecnologia 5G poderá provocar nos atuais equipamentos, conforme resposta à consulta pública promovida pela Anatel

Encerrada esta semana, a consulta sobre as especificações técnicas da frequência de 3,5 GHz, a principal faixa para o ingresso da quinta geração da telefonia móvel no país, retrata que as posições distintas dos  players continuam sedimentadas, sem uma solução consensual. E este é o caso das emissoras de TV comerciais, que mantêm a posição pela migração de todos os canais para a banda Ku

Para elas, ” a a adoção da migração da TVRO da Banda C para a Banda Ku é mandatória, tendo em vista que se apresenta como um modelo que: (i) está alinhado à política pública do MCTIC de observar uma solução de melhor eficiência técnica e econômica, (ii) está alinhado às políticas públicas internacionais de utilização eficiente e racional do espectro, e (iii) constitui-se em uma solução eficiente e definitiva”.

Para as TVs, se as TVROs forem mantidas na banda C, mesmo que sejam usados filtros nas atuais antenas, para não sofrerem interferência do serviço 5G, a solução será um mero “desperdício de recursos públicos”, “haja vista a escalada global dos serviços de banda larga sem fio, sobre a Banda C que, em pouco tempo, não mais permitirá espaço para a TVRO na Banda C”, afirma  segmento.

O setor de radiodifusão observa que a banda C encontram-se em” acelerado de uso pelo IMT”, e assinala que o Brasil, na última conferência de radiofrequência da UIT, apoiou a realização de estudos do uso da faixa de 3.6 a 3.8 GHz para o IMT/5G. As emissoras assinalam também que nos Estados Unidos, a agência reguladora, FCC,  ao espectro de  3,7 GHz 4,0 GHz ao uso do IMT e, assim, 280 MHz da faixa 3,7 a 3,98 GHz serão leiloados para serviços sem fio.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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