E-Space, mega constelação com mais de 100 mil satélites, pede licença para entrar no Brasil
A operadora promete também “limpar” o espaço. Crédito-DivulgaçãoA E-Space, operadora de satélites de órbita LEO (órbita baixa, ou Low Earth Orbit), deu entrada na Anatel com o pedido de licença para operar a sua constelação Semaphore no Brasil. A empresa lançou os dois primeiros satélites de órbita abaixo de 2 mil quilômetros no ano passado e a tem planos de lançar milhares de equipamentos (pelo menos 100 mil) em todo o globo.
Criada por Greg Wyler, que anteriormente havia fundado as operadoras OneWeb e O3B Networks, a empresa afirma ter o compromisso de sustentabilidade. Segundo a empresa, “em um mundo onde os satélites estão se tornando poluidores do espaço, os novos sistemas E-Space têm uma dupla responsabilidade de sustentabilidade, pois, eventualmente, capturarão e removerão ativamente pequenos detritos no espaço”.
Consulta Públia
A Anatel pretende fazer consulta pública sobre esse pedido, que deverá ser publicada amanhã, 21, no Diário Oficial da União. Isso porque, a constelação Semaphore, funciona em frequências UHF/VHF 340 a 370 MHz (enlace de subida) e 267 a 297 MHz (enlace de descida).
Para a agência, há o risco de novos sistemas de satélites não-geoestacionários, em especial aqueles de grande porte, com milhares de satélites, poder dificultar ou inviabilizar a implantação de novas redes; e ainda a convivência entre diferentes sistemas móveis por satélite operando nas mesmas faixas (convivência co-canal), cobrindo as mesmas regiões e com estações terrenas que façam uso de antenas não direcionais, sem capacidade para manter o apontamento para o satélite correspondente à sua rede, pode ser complexa ou até inviável em alguns casos.
A consulta pública deverá ser de 15 dias. A empresa, que tem sedes na França e nos Estados Unidos, está pedindo a licença por intermédio de sua subsidiária, a E-Space África, que já obteve do regulador da Nigéria a autorização para operar naquele continente. Conforme o anúncio, a empresa de satélite pretende oferecer serviços de IoT (Internet das Coisas), desenvolvidos por inteligência artificial e machine learning (ML)