“É o grande investimento do futuro”, defende TIM pela 5G pura

Para Mário Girasole, a infraestrutura do 5G é que vai estimular a demanda por novos serviços como telemedicina. Por isso, defende que o edital estabeleça a adoção do 5G stand alone.

A TIM manifesta-se abertamente favorável à proposta do conselheiro Carlos Baigorri que estabeleceu como parâmetro a adoção do release 16 3GPP e suas definições que apontam para a implementação da tecnologia 5G autônoma, ou stand alone. Para o vice-presidente de Assuntos Regulatórios e Institucionais da TIM, Mario Girasole, somente com o estabelecimento desse padrão o país terá a 5G efetiva com  capacidade para aumentar a produtividade rural, ampliar serviços de cidade inteligente, telemedicina ou carro conectado.

O executivo está convencido de que esses novos serviços  só passarão a existir se a infraestrutura estiver disponível para habilitá-los. ” A infraestrutura tem que existir pois é a sua disponibilidade que vai gerar a demanda”, avalia ele. E observa, que pelas regras propostas no edital, os serviços 5G só começarão a ser oferecidos no país em dezembro de 2022, tempo mais do que suficiente, observa, para que as funcionalidades que ainda não estão disponíveis estarem prontas.

Valor Econômico

Girasole assinala ainda que o cálculo do leilão, ao ser feito com base no valor de mercado, ou o VPL (Valor Presente Líquido), sempre leva em consideração o valor econômico da frequência, e observa que, se a Anatel não exigir o último padrão da tecnologia, a diferença menor desse valor terá que ser repassada para o preço a ser pago. “É muito  mais vantajoso investir em redes  mais modernas”, advoga.

O executivo observa ainda que o estabelecido pela Anatel não impede que qualquer operadora use sua base legada para a oferta de 5G Light. “A Anatel só está determinando que uma quantidade de erbs, por população, tenha que ter esse padrão, e não todas as erbs”, afirma. Para Girasole, se não for definido agora que essa rede stand alone terá que ser construída, esses novos serviços correm o risco  no país. ” Sem essa rede, os serviços não podem ser ofertados, e poderão não chegar nunca”, completa.

Ele assinala ainda que o edital estará vendendo novas frequências, ou seja, a faixa de 3,5 GHz não estava disponível e vai passar a ser usada pelas operadoras de celular,  uma frequência inteiramente nova.

” Queremos algo que já temos, só um pouco  melhor, ou temos um projeto bem mais ambicioso para o país?”, indaga, apoiando a posição apresentada por Baigorri.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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