Dólar, empréstimo e ajuste de dívida levam Oi ao lucro no 3º tri
A Oi divulgou na noite desta quarta-feira, 6 de novembro, o balanço do terceiro trimestre de 2024, registrando lucro líquido de R$ 243 milhões no período. Segundo o relatório, o desempenho reflete ganhos cambiais, o recebimento de um empréstimo emergencial e o ajuste a valor presente da repactuação da dívida junto à Anatel em 2020.
No período, a Oi levantou, junto a credores, US$ 601 milhões e R$ 903 milhões, o que contribuiu para o resultado financeiro positivo de R$ 886 milhões. No trimestre anterior, a companhia registrou perda financeira de R$ 2,48 bilhões.
Em termos operacionais, o lucro não se manteve. O EBITDA de rotina foi negativo em R$ 388 milhões, impactado principalmente pela queda das receitas dos serviços não-core, como telefonia fixa por cobre e TV paga por satélite (DTH). A empresa encerrou o trimestre com 4,02 milhões de clientes de banda larga fixa em fibra óptica, após uma perda de 31 mil assinantes.
A receita da Oi no terceiro trimestre caiu 13,7% em relação ao mesmo período de 2023, ficando em R$ 2,09 bilhões. As únicas unidades que apresentaram expansão de receita foram a Oi Fibra, que faturou R$ 1,12 bilhão de julho a setembro, alta de 0,8%; as subsidiárias, que incluem Serede e Tahto e geraram R$ 156 milhões (alta de 35,5%); e as operações internacionais, que trouxeram R$ 40 milhões (alta de 58,3%).
Vale lembrar que, nesta semana, a Justiça homologou a venda da Oi Fibra para a V.tal. Após a conclusão da transação, que ainda depende de aval do Cade e da Anatel, a Oi será composta pela Oi Soluções, subsidiárias e participação na V.tal. A Oi Soluções registrou queda de 26,6% de receita na comparação com o terceiro trimestre de 2023: somou R$ 421 milhões.
O Grupo Oi encerrou setembro com R$ 1,31 bilhão em caixa, uma redução de 32% sobre junho. A companhia teve uma queima de caixa de R$ 606 milhões de julho a setembro, valor que foi “parcialmente compensado pelo desembolso do Novo Financiamento”, ressalta a empresa.
O patrimônio líquido permanece negativo, embora em menor grau do que um ano atrás. Em setembro de 2023, a empresa tinha R$ 26,79 bilhões de passivo a descoberto. Com a reestruturação do endividamento a partir da aprovação do plano de recuperação judicial em abril deste ano, esse valor agora é negativo em R$ 14,77 bilhões.