Do agro à educação: IA conecta setores e impulsiona transformação

Especialistas discutem como a inteligência artificial e a infraestrutura digital estão remodelando setores como educação, agronegócio e manufatura
Do agro à educação: IA conecta setores e impulsiona transformação
Especialistas abordaram como a IA impulsiona transformação nos seus setores | Foto: Tele.Síntese

A IA está revolucionando diversos setores da economia, tornando-se uma ferramenta central para empresas que buscam aumentar eficiência, inovação e competitividade. Do agronegócio à educação, passando pelas telecomunicações, a IA vem sendo aplicada de forma estratégica para otimizar processos, melhorar a tomada de decisões e aprimorar a experiência dos clientes.

Líderes de grandes organizações, como Citrosuco, Cogna Educação e Volkswagen, discutiram como a IA está sendo utilizada em diferentes frentes – desde a automação e análise de dados no campo, até a personalização do ensino e o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas. Com exemplos práticos de projetos já em andamento, esses executivos mostram que a IA não é mais uma tendência distante, mas uma realidade que está mudando a maneira como os negócios operam.

Seja no uso de algoritmos para correção automática de provas, na captura de dados agrícolas por drones ou na implementação de redes 4G em áreas rurais, a inteligência artificial está abrindo novos caminhos para a inovação e mostrando seu potencial transformador em múltiplas indústrias.

Integração ao negócio

Christiane Edington, especialista em tecnologia e telecomunicações, destacou que o impacto da IA vai muito além da eficiência operacional, já que, quando integrada ao relacionamento com o cliente e ao núcleo do negócio, o resultado é uma experiência totalmente diferenciada. O foco, segundo ela, deve ser mais estratégico, mirando ganhos de longo prazo.

Na Cogna Educação, o vice-presidente de tecnologia Igor Freitas compartilhou um exemplo concreto de como a IA está mudando o setor educacional. A empresa implementou um sistema que reduziu significativamente o tempo de matrícula escolar, “de quatro minutos para apenas 45 segundos”, contou. Segundo ele, isso aconteceu por utilizarem a IA para processar e validar documentos em diversos formatos. Essa inovação representa uma das muitas frentes nas quais a IA está otimizando processos administrativos e pedagógicos. Freitas reforçou que “o uso da IA se estende também à verificação de vídeos e correção de trabalhos no ensino a distância, mostrando o potencial de transformação dessa tecnologia”.

No setor agrícola, Tomás Balistiero, COO da Citrosuco, explicou como a empresa investiu em infraestrutura digital para aprimorar suas operações no campo. A Citrosuco utiliza redes 4G e complementos via satélite para coletar dados das fazendas e emprega drones equipados com IA para desenvolver modelos preditivos que monitoram a produção e ajudam a mitigar riscos climáticos. Embora o uso da IA generativa ainda esteja em fase de expansão, Balistiero destacou a “necessidade de acelerar o processo de automação para enfrentar os desafios futuros do agronegócio”.

Envolvimento da equipe

No setor automotivo, Cristina Cestari, CIO da Volkswagen, ressaltou a importância do envolvimento da empresa inteira na implementação da IA para que a transformação seja bem-sucedida. “O letramento, se não for do board até a linha de produção, não conseguimos mover a organização como um todo. O grande desafio são os dados”, afirmou. Cestari também destacou o uso do Copilot para ajudar colaboradores a otimizar o trabalho.

Chris Penrose, diretor global de desenvolvimento de negócios da Nvidia, endossou a fala de Cristina afirmando que esse envolvimento é de extrema importância vindo de toda a cadeia da empresa. Além disso, ele destacou a abordagem vertical da Nvidia. “Vamos para o mercado verticalmente, mas olhamos para cada indústria e entendemos como isso pode ser usado em cada uma delas”, comentou.

Desafios

Por fim, Andrey Camargo, sócio de tecnologia e transformação da Deloitte, apontou a escalabilidade como um dos maiores desafios. “A questão da escalabilidade é o principal problema para evitar se trabalhar sem sair do lugar. Governança de custo é a primeira coisa que bate nos boards”, disse. Ele também enfatizou a necessidade de formular perguntas de maneira adequada para que a GenAI possa oferecer respostas precisas e relevantes.

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Gabriel Gameiro

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