Divisão de vídeo da Ericsson passa a se chamar Mediakind

Unidade será completamente separada das operações da Ericsson até setembro, passando a funcionar como empresa independente e com novo controlador, embora a fabricante sueca mantenha a participação.

A Ericsson Media Solutions passou a se chamar oficialmente Mediakind. O nome foi revelado hoje (10) em uma série de eventos com clientes ao redor do mundo. Houve anúncio inclusive no Brasil, em São Paulo. Entre os executivos convidados estava gente de Claro, Oi, TIM e Vivo.

O anúncio do novo nome antecede o spin off da unidade, que se tornará totalmente independente da Ericsson até outubro. O presidente da Mediakind será Angel Ruiz, que era da Ericsson, como a maior parte dos 1,6 mil funcionários que a empresa terá ao final da separação. O comando na região da América Latina, incluindo Brasil, fica nas mãos de do brasileiro Clayton Cruz (foto), que ficará em Miami.

Clayton Cruz será responsável pela operação da MediaKind na América Latina

A Ericsson vendeu 51% da sua unidade dedicada a soluções de vídeo no começo do ano. O comprador foi o fundo norte-americano One Equity Partners. A venda faz parte da reestruturação pela qual o grupo sueco vem passando há pelo menos dois anos.

Cruz garante que a Ericsson não perdeu interesse pelo vídeo. Pelo contrário. Tradicional fornecedora de tecnologia para operadoras, a companhia vê o celular como a grande fronteira ainda a ser explorada pelos broadcasters e teles. “Até 2023, 73% do tráfego móvel será de vídeo. Esse é o motivo pelo qual a Ericsson quis manter uma participação de 49% da Mediakind”, frisa. Essa visão leva a empresa a investir mais em software, em migrar suas plataformas para modelos baseados em nuvem, virtualização e microsserviços.

Transição

Conforme Cruz, os próximos meses serão usados para migrar funcionários que hoje são da Ericsson para a nova empresa. Também serão montados escritórios independentes e centros de pesquisa e desenvolvimento, em diversos países – sem previsão para Brasil. A maioria do corpo de 1,6 mil funcionários que a Mediakind terá vai trabalhar em P&D, segundo o executivo. Sua expectativa é que o escritório brasileiro comporte 20 pessoas.

Recentemente, a empresa fechou um grande contrato com o grupo Telefónica, para usar sua plataforma de vídeo em 13 países da América Latina. Contratos como esse seguem inalterados. A separação será completada sem nada mudar para os compradores, garante Cruz.

O foco da empresa pode se expandir, mas não vai mudar. A Mediakind nasce já com carteira de 900 clientes no mundo. No portfólio, produtos de hardware e software para distribuição, armazenamento, processamento e compressão de vídeo. Nos mercados em que está presente, figura sempre entre as três principais concorrentes, em participação. Tem como rivais Harmonic, Ateme e Permira (ex-Cisco).

A meta para os próximos cinco anos é ganhar o mercado das concorrentes. Seja de forma orgânica, atraindo mais contratos, seja através de aquisições. Outros segmentos também vão entrar no foco da empresa. “Estamos olhando o que fazer em segurança pública, pois temos soluções em vídeo que atendem esse mercado. E nossos pesquisadores já têm no roadmap olhar para reconhecimento facial”, completa Cruz.

Ele diz também que a empresa está preparada para atender demandas do mercado tradicional de TV paga, que usa set top box e distribuição por cabo ou satélite. E a demandas de modelos OTT e IPTV, inclusive para transmissão em 4K.

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Rafael Bucco

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