Dívidas das famílias atingem máxima histórica em março

O cartão de crédito segue como destaque absoluto, representando 87,0% do total das dívidas das famílias no país.
Dívidas das famílias atingem máxima histórica em março - Credito Freepik
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A proporção de famílias endividadas alcançou novo recorde em março. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer alcançou 77,5% neste mês, a maior proporção já registrada nos 12 anos do levantamento. Há um ano, essa parcela era de 67,3%, 10,3 pontos percentuais abaixo do resultado atual.

De acordo com a análise, os números apontam a tendência de alta do endividamento, apesar de os juros de mercado estarem mais elevados e encarecerem o crédito. Segundo dados recentes do Banco Central, as taxas de juros médias nas linhas de crédito com recursos livres às pessoas físicas aumentaram de 39,4%, em janeiro de 2021, para 46,3%, em janeiro de 2022.

Mais recordes

A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso também alcançou o maior patamar da pesquisa. Com crescimento de 0,8 p.p. em relação ao mês anterior, o percentual registrado foi de 27,8%, 3,4 p.p. mais alto do que o apresentado em março de 2021 e 3,7 p.p. acima do apurado antes da pandemia, em fevereiro de 2020.

A parcela de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, permanecerão inadimplentes também acirrou, na passagem mensal, de 10,5% para 10,8% do total de famílias, um aumento de 0,3 p.p.

No recorte por faixa de rendimentos, a Peic apontou que, entre as famílias com ganhos acima de 10 salários-mínimos, a proporção de endividados atingiu o maior patamar da série, 73,7%, com incremento mensal de 1,5 p.p., a maior expansão desde maio de 2019.

No grupo com renda até 10 salários-mínimos, o percentual chegou a 78,5%. Considerando os indicadores de inadimplência, 31,1% das famílias de menor renda encerraram o primeiro trimestre com algumas contas e/ou dívidas atrasadas, outro recorde histórico. Essa proporção alcançou 13,2% do total de famílias no grupo de renda superior, o percentual mais alto desde abril de 2016.

Cartão de crédito responde pelo maior endividamento

Considerando os tipos de dívida, o cartão de crédito seguiu como destaque absoluto, representando 87,0% do total de famílias endividadas no País. O índice retornou ao maior percentual, com aumento de 0,5 p.p em relação a fevereiro e de 6,7 p.p. na comparação com março de 2021.

Entre as famílias com ganhos acima de 10 salários-mínimos, o uso do cartão de crédito apresentou o maior crescimento mensal, de 2,4 p.p., e anual, de 8,1 p.p., alcançando a proporção de 89,3% de famílias endividadas nessa faixa de rendimentos. Já entre as famílias de menor renda, o percentual permaneceu igual ao registrado no mês anterior, 86,5%, e os avanços aconteceram nas modalidades do crédito pessoal (0,3 p.p.) e cheque especial (0,2 p.p.).

(com assessoria)

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Redação DMI

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