Disney aciona novamente o Cade por decisão sobre a Fox
A Procuradoria Geral e a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) voltaram a se manifestar concordando com o pleito da Walt Disney Company no processo de aquisição da 21st Century Fox. O Cade decidiu sobre o pleito em fevereiro deste ano, autorizando a fusão do Brasil, desde que fossem vendidos os canais Fox Sports no Brasil.
Embora à época da decisão o prazo estabelecido pela órgão antitruste para que a venda se concretizasse tivesse ficado sob sigilo, o Cade, em casos anteriores, determinava que a venda de empresa ocorresse no prazo máximo de seis meses. O que também deve ter ocorrido também nesse negócio.
Na avaliação de fontes do mercado, esse movimento de agora deve ser exatamente esse caso. Também sob sigilo, a decisão de setembro dos dois órgãos que se manifestaram, pela aprovação do pleito da Disney, deve ser para a prorrogação do prazo para a concretização da venda dos canais Fox Sports.
O negócio
A fusão dos dois estúdios movimentou US$ 71,3 bilhões e prevê a transferência de estúdios de cinema e TV da Fox, além dos canais FX e National Geographic.
Os 22 canais regionais esportivos Fox Sports, também adquiridos no pacote, terão de ser vendidos – inclusive o brasileiro – a fim de atender a demandas regulatórias. Aqui no Brasil, o Cade proibiu a concentração, ressaltando que a Disney já é dona dos canais ESPN. A marca Fox Sports seguirá nas mãos da Fox.
A compra também incluiu a participação da Fox no aplicativo Hulu, que passa a ser majoritariamente da Disney (entre os sócios estão Comcast e AT&T).
Segundo a Disney, os novos ativos vão acrescentar US$ 19,3 bilhões às receitas e US$ 1,6 bilhão aos lucros já no primeiro ano da integração. Outros US$ 2 bilhões serão obtidos em sinergias até 2021. A Fox continuará a dona de outros canais de notícias e emissoras de TV nos Estados Unidos – a empresa tem 28 emissoras naquele país.