Desvalorização do Real custou R$ 2 bilhões à Oi em novembro
Os administradores judiciais da Oi divulgaram na noite de ontem, 23, o balanço financeiro da companhia durante o mês de novembro de 2016. O resultado sofreu impacto negativo da desvalorização do Real frente ao Dólar e ao Euro, moedas estão atreladas à metade da dívida da empresa.
“A exposição cambial, influiu no agravamento do resultado financeiro, que em outubro contribuiu com impacto positivo de R$804 milhões sobre o resultado consolidado e passou a ter impacto negativo de R$2.076 milhões em novembro”, ressalta o relatório, feito pela consultoria PwC e o escritório de advocacia Arnoldo Wald.
O balanço mostra que a concessionária encerrou o mês com R$ 6,97 bilhões em caixa, quase R$ 400 milhões a mais que em outubro. O ganho veio do pagamento de clientes e intermediários que deviam à empresa mais de R$ 2,3 bilhões. Houve, no entanto, aumento de despesas correntes, como com salários. Ao final das contas, a empresa registrou um prejuízo R$ 1,39 bilhão, revertendo o lucro de R$ 689 milhões visto em outubro.
A empresa diz que perdeu receita no mês com a adesão de clientes a novos planos de TV, banda larga e telefone fixo. “O efeito prático desta mudança é a incorporação parcial dos descontos aos preços cobrados e o efeito contábil é a redução de aproximadamente R$324 milhões nas linhas de Receita Operacional Bruta”, analisam os administradores judiciais. Segundo a Oi, o benefício seria a economia com atendimento ao cliente. A receita também caiu devido à perda de clientes: a base encolheu 1% no mês.
Lista de credores
A Oi também apresentou uma lista atualizada até setembro de seus credores, praticamente idêntica à anterior, de junho. Acrescentou 117 credores, terminando com 66.967 empresas e pessoas a quem deve. A maioria, mais de 43 mil, continua a ser de credores com processos cíveis contra a operadora, mas estes têm uma parcela pequena na dívida, de cerca de R$ 1,3 bilhão.
Do endividamento total, que era de R$ 65,12 bilhões em setembro, R$ 36,7 bilhões são devidos a credores internacionais, investidores donos de papéis da companhia. Outros R$ 23,79 bilhões são devidos aos credores brasileiros, como Anatel, bancos e fornecedores.