De cartão de crédito a pulverização: startups apresentam soluções inovadoras para o campo no AGROtic 2023

Startups vinculadas à ESALQTec, parceira do Tele.Síntese no AGROtic 2023, mostraram ferramentas tecnológicas capazes melhorar a gestão das propriedades rurais e gerar produtividade aos pequenos produtores
Startups trazem novidades ao AGROtic 2023
Uso de drones para pulverização é uma das soluções apresentadas pelas startups no AGROtic 2023 (crédito: Freepik)

Parceira do Tele.Síntese na realização do AGROtic 2023, a ESALQTec, incubadora tecnológica que atua junto da ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz/Universidade de São Paulo), trouxe diversas startups para a edição deste ano. As empresas apresentaram soluções inovadoras com o objetivo de ajudar produtores rurais a serem mais produtivos, reduzirem custos e aprimorarem a gestão dos seus negócios.

As tecnologias vão desde cartões de crédito específicos para o agronegócio a sistemas que otimizam processos de pulverização de lavouras por meio de aviões e drones.

Confira, a seguir, um resumo sobre as startups que participaram do AGROtic 2023.

Perfect Flight

João Pedro Camargo, Multiplicador de Adoção Digital da Perfect Flight
João Pedro Camargo, Multiplicador de Adoção Digital da Perfect Flight

A Perfect Flight apresentou a sua plataforma de pulverização de precisão para a agricultura. Na prática, o sistema gera relatórios e análises capazes de auxiliar pilotos em aeronaves ou drones durante o processo de aplicação de defensivos agrícolas, com o objetivo de combater plantas daninhas e insetos nas lavouras.

“A pulverização precisa ser feita de forma correta e no lugar correto, com capacidade de gerenciamento”, afirmou João Pedro Camargo, Multiplicador de Adoção Digital da Perfect Flight.

A solução funciona com dados captados pelo DGPS do avião. Desse modo, o produtor pode definir áreas de restrição, de modo que o piloto consiga fazer um voo mais direcionado durante a pulverização. Segundo Camargo, a aplicação garante maior rastreabilidade e gerenciamento da operação.

Umgrauemeio

Rogério Cavalcante, CEO da Umgrauemeio
Rogério Cavalcante, CEO da Umgrauemeio

A Umgrauemeio desenvolveu uma tecnologia capaz de detectar focos de potenciais incêndios florestais em menos de 3 segundos. A solução funciona com auxílio de Inteligência Artificial (IA) e câmeras de alta resolução instaladas em torres que giram em 360º em busca de labaredas.

Rogério Cavalcante, CEO da startup, salientou que impedir incêndios de grandes proporções é tão relevante quanto medidas de descarbonização do meio ambiente e transição energética. No entanto, a proteção das florestas, diferentemente das outras ações, que levam anos, pode ser feita instantaneamente, contribuindo para a preservação do planeta.

“Todo incêndio pode ser apagado com o pé, porque nenhum incêndio começa grande. Só que, para isso, é preciso detectá-lo rapidamente”, pontuou.

Ao lado do setor privado, a empresa já implementou um projeto no Pantanal. “Também queremos fazer um projeto grande na Amazônia”, complementou Cavalcante.

A2W Tecnologia e Inovações

André Moura, CEO da A2W
André Moura, CEO da A2W

A startup A2W lançou em fevereiro o primeiro cartão de crédito específico para o agronegócio. A empresa, além disso, quer pôr outras soluções tecnológicas no mercado ao longo deste ano.

André Moura, CEO da startup, explicou que o negócio disponibiliza diversos serviços para produtores rurais, como o A2W Agro, baseada em nuvem e comercializada na modalidade SaaS (software as a service). A empresa desenvolveu diversos aplicativos conectados a essa plataforma, com funções para a cadeira de insumos, revenda e pedidos com fornecedores.

A empresa ainda tem aplicativos para relatórios específicos de despesas e de armazenagem de grãos.

Temos vários outros produtos no nosso roadmap para serem lançados nos próximos meses. Levaremos novidades aos nossos clientes todos os meses [deste ano]”, indicou Moura.

Agrometaverso

Erico Alexandre Isler, CEO da Agrometaverso
Erico Alexandre Isler, CEO da Agrometaverso

Constituída há seis meses, a Agrometaverso trouxe ao mercado uma solução data-driven com o objetivo de ajudar o produtor do campo a produzir melhor. A plataforma baseada em dados funciona com IA e outras tecnologias que estão despontando na era do 5G, como machine learning, conjoint analysis, cluster analysis, benchmarking e Quality Function Deployment (QFD).

Juntas, as ferramentas transformam dados em insights para aprimoramento da tomada de decisão no agronegócio.

“O nosso foco principal é o produtor rural”, frisou Erico Alexandre Isler, CEO da Agrometaverso. “Integramos dados de modo a torná-los informações estratégicas para melhorar a produtividade e a rentabilidade, com o objetivo de produzir mais alimentos sem a necessidade de expandir a área de cultivo”, acrescentou.

Agroexplore

Antonio Fernando Jr., gerente de Projetos da Agroexplore
Antonio Fernando Jr., gerente de Projetos da Agroexplore

A Agroexplore é uma solução que funciona por meio de aplicativos para dispositivos móveis. O serviço consiste em prover imagens em alta resolução da lavoura captadas por drones e satélites, de modo que o produtor possa ver a sua propriedade por outro ângulo.

Além disso, o aplicativo traz diversas ferramentas que podem ser adquiridas separadamente pelo assinante. Uma delas é a função de histórico da área, que possibilita ver a evolução do plantio ao longo do tempo. Também há aplicações de previsão do tempo com foco na identificação do melhor momento do dia para o processo de pulverização, além de detecção de pragas em áreas de plantio.

Em breve, a ferramenta ganhará versão para desktop e serviços relacionados a bioprotetores e de mercado de carbono.

“Nosso foco para 2023 é buscar escalabilidade e lançar um satélite próprio pela Visiona. Também buscaremos expansão internacional a partir de 2026”, sinalizou Antonio Fernando Jr., gerente de Projetos da Agroexplore.

Agromundi

Wilson Borges Jr., CEO da Agromundi
Wilson Borges Jr., CEO da Agromundi

Wilson Borges Jr., CEO da Agromundi, define a startup como uma aplicação para empoderar o produtor rural sobre a sua própria propriedade. Isso porque a solução foi criada com o objetivo de instrumentalizar a gestão de pequenas propriedades rurais.

Segundo Borges, a tecnologia foi desenvolvida pensando nas dificuldades relacionadas à falta de apoio técnico com a qual o pequeno produtor convive. Além disso, agricultores também enfrentam problemas no que diz respeito à comercialização dos seus produtos, em função de operar sem escala, e de acesso a crédito.

Nesse sentido, a Agromundi, que ficou seis anos em desenvolvimento, vem para ser uma plataforma intuitiva e de fácil usabilidade. A tecnologia funciona com um software de gestão financeira e de métricas de produção da lavoura.

“Apoiamos o pequeno produtor através de uma ferramenta com recursos de aprendizagem de gestão e difusão de conhecimento técnico no sentido de promover a autogestão da produção saudável e sustentável”, resumiu o CEO da startup.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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