Datora mira parcerias com ISPs para alavancar redes privativas

Empresa também defende mais acesso ao espectro de radiofrequência para MVNOs, com possibilidade de implantar soluções dual mix (privativa e pública) em áreas remotas
Datora busca ISPs para ampliar serviços de redes privativas, diz Fuchs
Datora busca ISPs para ampliar serviços de redes privativas, diz Fuchs

A Datora, especializada em serviços de MVNO (operadora móvel virtual) e IoT (Internet das Coisas), está se aproximando de provedores de serviços de internet (ISPs) para alavancar as operações de redes privativas. A estratégia passar por usar a expertise dos pequenos prestadores de banda larga para atingir clientes em regiões pouco exploradas por grandes operadoras.

“O Brasil é uma colcha de retalhos de ISPs. Eles conhecem as necessidades locais dos clientes. Então, temos usado essas empresas como integradoras”, disse Daniel Fuchs, sócio-fundador do Grupo Datora, nesta terça-feira, 12, durante o evento IoT e as Redes Privativas, realizado pelo Tele.Sintese em São Paulo.

De acordo com Fuchs, as redes privativas também podem ser usadas por empresas menores, incluindo propriedades rurais. No entanto, é preciso criar uma rede específica para cada cliente, tendo em vista as necessidades de cada operação. Desse modo, antes da venda, há toda a elaboração de um projeto.

“Os ISPs entram aí, pois facilita para entender cada cliente. No nosso caso, levamos a aplicação. Procuramos vender opex, e não capex”, destacou.

Fuchs ainda ressaltou que a intenção não é tornar o parceiro um operador de rede móvel, mas um integrador de soluções. “Nós fazemos e operamos a rede”, frisou.

Modelo híbrido

O sócio-fundador da Datora defendeu que as MVNOs tenham mais acesso ao espectro de radiofrequência, mesmo em caráter secundário, especialmente em áreas em que há faixas ociosas. Isso porque, após a instalação de uma rede privativa, a comunidade local e os próprios serviços ficam desassistidos de conectividade ao sair da zona de cobertura privada.

“É usar uma solução para que um SIM card possa atuar na rede privativa quando necessário e, ao sair, consiga se registrar em uma rede pública. Uma solução dual mix para que a gente possa prover essa cobertura, que não é contínua e não tem as mesmas funcionalidades”, explicou Fuchs. “Estamos tentando jogar com soluções técnicas dentro da regulamentação permitida. Estamos esperando ansiosamente pelo novo regulamento [de MVNO]”, acrescentou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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