Datora está pronta para os próximos 30 anos

A empresa iniciou as operações em 1993 com a oferta de Voz sobre IP, quando ainda nem se ouvia falar em internet. Foi também a primeira MVNO do país e hoje conta ainda com a Arqia, direcionada para a Internet das Coisas.
Raul Fuchs, Daniel Fuchs e Tomas Fuchs
Raul Fuchs, Daniel Fuchs e Tomas Fuchs

O grupo Datora Arquia celebrou ontem, 03, em São Paulo, 30 anos de atuação. E a festa teve a marca da trajetória da operadora: muitos familiares, além de parceiros, clientes, fornecedores e autoridades governamentais. Afinal, a Datora  é mesmo uma empresa familiar. E o nome Da – de Daniel Fuchs, diretor de Inovação da operadora de IoT, Tomas Fuchs, CEO, e Raul Fuchs, VP do Instituto Escola Concetada, já indica isso. Além de apontar também para a Torá, os livros sagrados da religião judaica.

Empresa familiar, com uma trajetória global. Criada em 93,  quando não havia nem internet, ¨e a gente já queria fazer ligação VOiP ¨(Voz sobre IP), assinalou Daniel Fuchs,  o serviço foi lançado para a América Latina. Hoje, o grupo conta com mais de três mil clientes em todo o mundo, e possui escritórios em  Espanha, Estados Unidos, Guatemala, Argentina, Colômbia, França, Suécia e Israel.

Depois de iniciarem no mundo IP de maneira quase inédita, o grupo também foi o primeiro a se tornar  Operador Móvel Virtual (MVNO), em 2011, quando poucos, mesmo entre os reguladores nacionais, sabiam bem como funcionaria essa nova prestadora de serviço. De operadora, a Datora transformou-se também em habilitadora para outras empresas  oferecerem serviços móveis.  E, em 2018, lança a Arqia, especializada em oferta de soluções de Internet das Coisas e M2M.

Minas Gerais

Em 2015, a  operadora inclui na sociedade a Codemig, do governo do estado de Minas Gerais. Parceria que se aprofundou ao longo dos anos. No início, a estatal e seu fundo de investimento injetou R$ 52 milhões na operadora.  Em 2019, uma nova alteração societária, para o ingresso da Codemig Participações (Codepar), com 23% de participação no capital social e votante do grupo. A operação visava¨ otimizar a estrutura operacional do Grupo e capitalizar investimento adicional de aproximadamente R$ 47 milhões, para obter tanto melhoria operacional, quanto econômica pelas empresas, preparando-as para as potenciais oportunidades do mercado, principalmente focada no crescimento de demandas de IoT, projetos em pequenas cidades do Brasil com “5G” e de digitalização de mercados.¨

A empresa chegou a arriscar arrematar frequência de 700 MHz no leilão do 5G  promovido pela Anatel em 2021, mas a oferta de R$ 1 bilhão a mais feita pelo fundo Pátria destituiu qualquer outro interessado. Agora, a operadora aguarda a publicação definitiva das novas regras de oferta de referência para o roaming, estabelecidas pela Anatel, para acelerar sua atuação em todo o país. ¨Sem o regulador o mercado não existiria assim¨, vaticinou Tomas Fuchs.

Raul Fuchs, por sua vez, administra o  Instituto Escola Conectada, que está levando links de 100 Mbps para 257 colégios públicos sem qualquer contrapartida, em parceria com nove provedores regionais: Sumicity, Um Telecom, Wirelink, Tely, Ligue, Telium, Telecall, NetCintra e SOW. A meta do Instituto Escola Conectada é atender 500 mil alunos até o final em 2023. ¨Precisamos devolver à sociedade¨, ponderou o executivo.

E os próximos 30 anos? ¨Continuaremos a criar vínculos¨, promete Tomas Fuchs.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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