Crowdfunding passa de R$ 1 bi em emissão de valores mobiliários

Montante é relativo a 2024 até setembro; é a primeira vez que o produto ultrapassa essa marca desde a criação, em 2019,e valor é cinco vezes o total de emissões dos últimos cinco anos

Crowdfunding passa de R$ 1 bi em emissão de valores mobiliários

As emissões de valores mobiliários pelo setor de plataformas eletrônicas de investimento participativo, o chamado crowdfunding, ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão emitidos pela primeira vez desde que o produto foi criado, em 2019. O montante acumulado até o final de setembro, quando encerrou o terceiro trimestre do ano, é cinco vezes o total de emissões dos últimos cinco anos da modalidade. Em número de emissões, a modalidade também apresentou uma evolução. Passou de 86 emissões em seu primeiro ano de funcionamento para 307 até o terceiro trimestre de 2024.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 21 de outubro, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em seu Boletim Econômico do terceiro trimestre de 2024.

Interessante observar que, depois de crescer em número de emissões de valores mobiliários e em valor entre 2019 e 2020, o crowdfunding oscilou nos dois quesitos até 2023. No ano passado, foram 110 emissões, somando R$ 220 milhões no ano passado. O salto para os dados até setembro de 2024 foi de 179% em número de emisões e 355% em termos de valores. Veja os números:

Crowdfunding
2019 2020 2021 2022 2023 2024
Número de        emissões 86 96 76 119 110 307
Valores (em R$ bi) 0.10 0.14 0.13 0.24 0.22 1.00

Fonte: Boletim Econômico 3º trimestre/2024

O número de plataformas eletrônicas de crowdfunding reguladas também cresceu, de acordo com os dados da CVM. Atualmente, elas são 82, contra 72 no ano passado. No primeiro ano de lançamento do produto, em 2019, eram apenas 26.

A primeira regulamentação da CVM para essa modadidade de investimento participativo, Resolução CVM 588, foi publicada em 2017. Em 2022, a Resolução CVM 88 de 2022 substitiu a anterior.

Emissões no geral

Os dados divulgados pela CVM mostram ainda que, até setembro deste ano, o total emitido foi de R$ 663,4 bilhões, o que representa 55% acima do mesmo período de 2023. O montante também supera todo o valor das emissões no ano passado, que somou R$ 644,6 bilhões.

Renda fixa e securitização foram os títulos que impulsionaram esses valores, segundo a CVM. Eles somaram R$ 520,8 bilhões contra R$ 276,2 bilhões no mesmo período do ano passado.

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Simone Costa

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