Crise de semicondutores reduz otimismo de empresários

Apesar das crises de semicondutores e hídrica, indústria de eletroeletrônicos seguem com ICEI acima de 50 pontos e 76% delas projetam aumento de vendas para o 2º semestre de 2021

A sondagem conjuntural feita pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) indicou que apesar de otimistas, os empresários seguem preocupados com o desabastecimento de semicondutores. Surge também a preocupação com a nova crise que se avoluma no Brasil, a hídrica.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Setor Eletroeletrônico atingiu 63 pontos em julho de 2021. Isso está 1,7 pontos acima do mês anterior, com 61,3 pontos. Esse foi o terceiro crescimento consecutivo após quatro quedas seguidas, atingindo o maior patamar deste ano. Apesar dos problemas citados, um ICEI acima dos 50 pontos indica otimismo dos empresários.

A maior parte das empresas ouvidas pela Abinee relataram uma expectativa de crescimento no volume de vendas. 73% delas projetam um aumento de vendas entre agosto de 2021 e agosto de 2020, 18% estabilidade e 9% queda. Em comparação com o semestre do ano passado, 76% dos entrevistados estimamaram aumento nas vendas, 18% estabilidade e 6% queda.

A sondagem de julho apresentou redução de 77% para 71% no número de empresas com aumento de vendas. Apenas 17% tiveram queda nas encomendas e vendas. Nas importações do setor, o crescimento foi de 29%. O acumulado de janeiro a julho atingiu US$ 22,4 bilhões. O resultado é superior ao de 2019, momento anterior a pandemia, com incremento de 21%.

Já as exportações cresceram em 59% das empresas entrevistadas, ante 56% em junho. No acumulado de 7 meses, as vendas externas somaram US$ 3,1 bilhões, 24% acima do mesmo período de 2020. No entanto, o número permanece 5% abaixo do que foi registrado em janeiro-julho de 2019,

Escassez de semicondutores

Diminuiu ainda a porcentagem de relatos  sobre dificuldades de adquirir componentes e matérias primas. Esse número era de 73% em maio, 69% em junho e, agora em julho, foi para 65%. Mesmo assim, o percentual permanece bem acima dos 20% no início de 2020. Menos empresas também sofreram com a pressão acima do normal por conta dos preços de materiais, indo de 93% no mês passado para 80% neste.

Os componentes eletrônicos continuam a ser os materiais de mais difícil aquisição, com 59% relatando dificuldades de compras componentes advindos da Ásia e 38% de outras origens. No caso dos produtos vindos da Ásia, a pesquisa também demonstrou que seu consumo aumento. Após cair 46% em junho, chegou a 59% mês passado.

Embora permaneças os a crise dos semicondutores, 63% dos entrevistados mostraram situação de normalidade nos estoques de componentes e matérias-primas. Houve redução de 10 pontos percentuais de junho para julho de empresas que declaravam estoques abaixo do normal.

As consequências da escassez ainda são sentidas. A crise dos semicondutores foi mencionada por 84% dos entrevistados como fator para o aumento dos produtos. Além disso, 30% tiveram atrasos na produção, enquanto inéditos 11% disseram ter paralisado a produção. Até então, não havia registros de paralisação das atividades. A maior parte, 44% das empresas, apostam que o desabastecimento dos semicondutores devirá terminar em meados de 2022.

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Da Redação

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