Criação de fundo garantidor para crédito à baixa renda começa a ser debatido

A criação de um fundo garantidor para a oferta de crédito a juros mais camaradas para a população de baixa renda foi defendida em evento
Criação de fundo garantidor em debate. Crédito-Freepik
Crédito: Freepik

A criação de um fundo garantidor voltado para a oferta de crédito a juros mais camaradas para a população de baixa renda é uma proposta que está sendo construída pelas ONU (Organização das Nações Unidas), mas que já ganha adeptos no Brasil. A ideia da criação desse fundo foi apresentada hoje, 14, no Painel Telebrasil Innovation, por Jailson de Souza e Silva, fundador da ONG Observatório de Favelas e assessor da Presidência do BNDES. ” Embora a inadimplência seja baixa nesse segmento, o fundo garantidor poderá democratizar o acesso ao crédito”, afirmou.

Segundo ele,  as empresas que querem ampliar a bancarização dos mais pobres precisam para de falar “para” as pessoas de baixa renda e convocá-las para serem a protagonistas da solução. ” Já ouvi muito economista dizer que a pessoa deveria poupar o dinheiro, ao invés de pagar os juros do crediário de uma geladeira. Mas esse economista não sabe o que é ficar sem geladeira em casa”, disse Silva. Ele observou, por exemplo, que na favela da Maré, no Rio de Janeiro, onde mora, habitam 140 mil pessoas e 3,2 mil negócios funcionam na localidade.

Semi-bancarizados

Embora 84% da população adulta tenha conta bancária, assinalou Carol Conway, diretora de Assuntos Regulatórios e Institucionais do grupo UOL (que mantém os serviços Pag Seguro/Pag Bank) 38% dessa população pode ser enquadrada como semi-bancarizada, ou seja, que apenas recebe salário ou benefício social em sua conta-corrente, e paga com o papel moeda todas as suas despesas. Ainda, conforme Carol, 7% da população adulta brasileira ainda recebe o salário em dinheiro.

Ela lembrou que o Pag Seguro, o primeiro a lançar as maquininhas para pagamentos no país sem ser as grandes bandeiras dos cartões, incluiu milhares de pequenos empreendedores, ao criar o serviço de antecipação de recebíveis. E, depois que a empresa abriu o banco digital, novas linhas de crédito foram lançadas, como o cartão de crédito com ajustes no limite atrelado à poupança das pessoas.

O Vivo Pay, por sua vez, disse Leandro Coelho, diretor da Vivo Fintech, viu crescer cinco vezes a sua carteira de crédito desde que o produto foi lançado, e a carteira somou, no último trimestre R$ 239 milhões. Segundo o executivo, as soluções financeiras são oferecidas apenas para os clientes da operadora pois as ofertas são feitas sob medida. Os três painelistas participaram do Painel Telebrasil Innovation, realizado hoje.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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