Crescimento da Huawei desacelera

Gigante chinesa emite comunicado no qual afirma que vai "sobreviver" e cumprir obrigações para com fornecedores e clientes. Empresa é alvo preferencial de guerra comercial travada entre Estados Unidos e China.

A Huawei divulgou hoje, 23, parte de seus resultados financeiros referentes aos três trimestres de 2020. A empresa, por ser fechada, não detalha os números, mas divulga alguns de seus dados. Neste ano, de janeiro até o final de setembro, a gigante chinesa faturou o equivalente a US$ 100,55 bilhões. A cifra representa uma expansão de 9.9% frente ao resultado do mesmo período de 2019.

Cabe notar que, embora tenha havido crescimento, o ritmo diminuiu. O resultado de janeiro a setembro de 2019 apresentou aumento de 24,4% frente o ano anterior. A margem de lucro da Huawei também foi impactada neste ano, passando a 8%, frente os 8,7% de 2019.

A companhia chinesa reconhece que o ano tem sido de constantes “desafios”. Cita a pandemia de Covid-19, que afetou a cadeia de suprimentos e pressionou sua capacidade produtiva. E não poupa sinceridade no comunicado:

“Continuamos a fazer o melhor para encontrar soluções, sobreviver, seguir adiante e cumprir nossas obrigações com clientes e fornecedores”, diz.

Embora não cite a guerra comercial travada entre China e Estados Unidos, que respinga no Brasil, a mensagem pode ser lida sob a ótica da  ameaça aos negócios imposta pelas restrições dos americanos. O governo de Donald Trump proibiu não apenas as operadoras locais de comprar equipamentos Huawei, como está dificultando que empresas norte-americanas vendam componentes ou licenciem propriedade intelectual para o grupo chinês.

A fabricante não deixa de mandar sua mensagem, indiretamente, à política comercial restritiva dos EUA. “A Huawei acredita que o desenvolvimento rápido e saudável da indústria de TICs depende de colaboração aberta e confiança mútua em todo o mundo”, afirma no comunicado. E acrescenta: “Continuaremos a trabalhar com parceiros globais e a usar tecnologias inovadoras para criar valor a nossos clientes, apesar da complexa situação que enfrentamos”.

As receitas da companhia dizem respeito a todos os segmentos em que atua, da telefonia móvel pessoal e outros eletrônicos (a Huawei se tornou a maior vendedora de smartphones do globo em 2019), ao fornecimento de equipamentos para data center, para redes, e capacidade em nuvem. A empresa não divulgou dados por segmento.

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Rafael Bucco

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