Bondholders se opõem a nova proposta de recuperação da Oi
Três grupos de credores internacionais da Oi vieram a público nesta sexta-feira, 24, rechaçar o novo plano de recuperação judicial apresentado pela tele ao mercado na última quarta-feira. Eles alegam que a proposta ignora os pleitos feitos até aqui e atende apenas os interesses dos atuais controladores.
“Após ter revisado cuidadosamente as informações divulgadas pela Companhia, os Grupos de Bondholders da Oi se opõem veementemente aos Termos Propostos. Os Termos Propostos, como a proposta apresentada em setembro, deixam de tratar os credores de forma justa e equitativa, enquanto promovem os interesses de seus atuais acionistas, em detrimento de todas as outras partes interessadas”, afirmam, em nota distribuída à imprensa, o Comitê Internacional de Bondholders e do Grupo Ad Hoc de Bondholders da Oi, este último, reunido pela assessoria financeira Moelis.
Outro consórcio de credores também recusou a oferta. Reunido pela FTI Consulting, o chamado Grupo FTI, “também entende que os Termos Proposto são inaceitáveis e demasiadamente favoráveis aos acionistas atuais. Nossos clientes estão muito desapontados que o Grupo Oi deixou de se engajar em negociações antes de divulgar os Termos Propostos”, afirma.
A opinião de todos eles é que a administração e o conselho de administração da Oi “continuam a ignorar os melhores interesses do Grupo Oi, na medida em que, entre outros, deixam de propor planos que possam angariar o apoio de seus credores”.
Esses grupos, juntos, representam em conjunto mais de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) de dívida emitida por diversos membros do Grupo Oi. O Comitê Internacional de Bondholders detém mais de US$ 2,2 bilhões de bonds emitidos pela Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A., Portugal Telecom International Finance B.V. e outros membros do Grupo Oi. O Grupo Ad Hoc de Bondholders da Oi detém mais de US$ 3 bilhões de bonds emitidos por vários membros do Grupo Oi. O Grupo FTI detém mais de US$ 950 milhões em créditos contra vários membros do Grupo Oi.
A proposta
O conselho de administração da empresa aprovou dia 22 mudanças no plano de recuperação publicado em setembro de 2016. As mudanças preveem pagamento a bancos em até 16 anos e a entrega a detentores de títulos de até 38% das ações da companhia, após três anos.
O CEO da Oi, Marco Schroeder, destacou em conferência com analistas feita ontem, sobre os resultados anuais da companhia, que a proposta é “melhor” do que a única alternativa recebida até hoje pela Oi, feita pelos credores da Moelis. Procurada, a operadora preferiu não comentar o posicionamento dos bondholders.
Para o mercado financeiro, a proposta da Oi foi considerada boa, por reduzir o endividamento sem que a operadora pulverizasse demais o controle acionário, ao mesmo tempo em que criaria condições para retomada de crescimento do caixa e revalorização dos papéis.