Crédito cresce 16,3% em 2021 e volume chega a R$ 4,7 trilhões

Forte crescimento pelo segundo ano consecutivo foi impulsionado, dessa vez, pelo segmento de pessoas físicas.

O crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) cresceu 16,3% em 2021. O volume de negócios chegou a R$ 4,7 trilhões. Os números estão no mais recente Relatório de Economia Bancária (REB), divulgado nesta quinta, 6.

De acordo com o relatório, o forte crescimento acontece pelo segundo ano consecutivo e desta vez foi impulsionado pelo segmento de pessoas físicas, tanto nas linhas de crédito livre como nas de crédito direcionado. Notou-se estabilidade na razão crédito/Produto Interno Bruto (PIB), situando-se em 53,9% ao final de 2021.

Nos empréstimos às pessoas físicas, segundo o REB, destaca-se inicialmente a expansão das operações de crédito consignado e financiamento de veículos e depois, no segundo semestre, o crescimento intenso das operações de cartão de crédito à vista e de crédito pessoal não consignado. Na carteira de crédito direcionado a pessoas físicas, em decorrência da redução dos juros no ano anterior, verificou-se uma demanda ainda aquecida por financiamentos imobiliários.

Em relação ao crédito rural, houve crescimento acentuado, motivado pelo nível de preços das commodities agrícolas e pelo aumento nos custos de produção, principalmente de insumos agrícolas, como adubos e fertilizantes.

Já o ritmo de crescimento do estoque de crédito às pessoas jurídicas foi desanimador, em 2021. Mostrou-se aproximadamente a metade do que foi observado em 2020. Diz o relatório que, embora a contratação de crédito livre pelas empresas tenha acelerado em março, principalmente em linhas como desconto de duplicatas e recebíveis e antecipações de faturas de cartão de crédito, a estabilização do crédito direcionado acabou contribuindo para a redução da velocidade de crescimento nesse segmento.

No conceito de crédito ampliado ao setor não financeiro, o saldo das dívidas totalizou R$ 13,6 trilhões (156,8% do PIB) em dezembro de 2021, o que significa um aumento de 13,9% no ano frente aos 16,8% observados em 2020. Houve crescimento mais acentuado no saldo dos empréstimos e financiamentos (15,6%) e dos títulos de dívida (14,4%).

O saldo do crédito ampliado concedido ao governo geral correspondeu a 43,8% do total e registrou expansão de 10,9% no ano. A parcela concedida às pessoas jurídicas não financeiras representou 34,7% do total, um aumento de 14,3%. As dívidas das pessoas físicas representaram 21,5% do total, com variação de 19,6% no período.

Para o cartão

As concessões de crédito no SFN cresceram 18,2% em 2021, maior taxa de crescimento anual da série iniciada em 2011. O volume de novos créditos contratados pelas pessoas físicas avançou 22,7%. O relatório destaca o crescimento de 27,5% nas concessões de cartão de crédito à vista e a queda de 1,6% nas concessões de crédito consignado. Dados recentes divulgados pelo Banco Central apontam que o endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou 53,1% em julho de 2022, o que representou elevação de 0,3% no mês e de 5,1% em 12 meses.

No crédito direcionado às pessoas físicas, tanto as concessões de financiamento imobiliário como as de crédito rural apresentaram desempenho robusto, com crescimentos de 45,2% e 42,0%, respectivamente. No segmento de pessoas jurídicas, o aumento de 13,4% no volume das concessões refletiu aumento expressivo nas contratações de desconto de duplicatas e recebíveis, e na antecipação de faturas de cartão; e queda nas concessões de capital de giro.

O REB aponta que, observando o perfil das pessoas jurídicas, em 2021, destaca-se a significativa expansão do crédito nos segmentos de empresas com menos de três anos de fundação, situação que repete a ocorrida em 2020. Em relação ao porte das empresas, a carteira de crédito das micro, pequenas e médias empresas mostrou crescimento de 18,6%, e a das grandes empresas um aumento de 6,0%. O maior crescimento se deu nas microempresas (29,7%).

 

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Redação DMI

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