Crédito às famílias deve ter alta em abril e queda para as empresas

Segundo a Febraban, as concessões de crédito para as famílias devem avançar 8,5% na média por dia útil e retrair 8,3% para as empresas.
Crédito às famílias deve ter alta em abril e queda para as empresas - Crédito: Freepik
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O saldo total da carteira de crédito deverá seguir em expansão em abril, com alta estimada de 0,8%, melhor resultado para o mês desde 2013 (+0,9%). Com isso, o ritmo de expansão anual poderá chegar a 16,5%, mostra a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban. Mais uma vez, o crescimento no mês deve liderado pelas operações com recursos livres (+1,2%), com destaque para o crédito destinado às famílias.

A Pesquisa de Crédito da Febraban é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central e as projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 38% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito. A Nota com os dados de abril ainda não tem data prevista de divulgação devido à greve dos funcionários do BC.

De acordo com a pesquisa, a maior alta deve vir do crédito livre às famílias, que deve registrar expansão de 1,6% em abril, o maior resultado para o mês desde 2009. Para as empresas, o crescimento deve ser de 0,7%, beneficiado pelas linhas ligadas ao setor externo, diante do maior volume de exportações (além da depreciação cambial do mês). Por outro lado, a sazonalidade negativa das linhas relacionadas ao fluxo de caixa (desconto de duplicatas) deve conter em parte a expansão da carteira. O ritmo de expansão anual da carteira livre deve chegar a 21,2%.

“A pesquisa traz um cenário de continuidade do forte ritmo de crescimento do crédito, em linha com os números até surpreendentemente positivos que temos observado para a atividade econômica e o mercado de trabalho neste início de ano. Além disso, a aceleração da inflação possivelmente também ajuda a explicar o resultado, diante da elevação nominal dos tíquetes médios, em especial nas linhas mais ligadas ao consumo”, destaca Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban. “Ainda, o dado de abril também deve ser impactado pelo aumento de 35% para 40% da margem do empréstimo consignado para aposentados e pensionistas”, acrescenta.

A carteira direcionada deve ficar praticamente estável (+0,1%) em abril, novamente refletindo um desempenho desigual entre os segmentos. A carteira Pessoa Física (+0,4%) deve seguir impulsionada pelos créditos rural e imobiliário, enquanto a carteira Pessoa Jurídica (-0,4%) deve seguir perdendo tração na esteira de redução dos programas públicos de crédito.

Concessões

Devido à sazonalidade negativa no mês de abril na carteira de crédito Pessoa Jurídica e ao menor número de dias úteis ante março, as concessões de crédito devem apresentar retração mensal de 13,5% em abril. Entretanto, quando ajustado por dias úteis, o volume de concessões deve ficar estável (+0,1%).

Na visão acumulada em 12 meses, o crescimento das concessões deve mostrar ligeira acomodação ante a estimativa para março, de 26% para 25,4%, mas ainda permanecendo em um patamar bastante elevado, demonstrando resiliência do volume de novas concessões, mesmo com o aumento da taxa Selic.

De acordo com a pesquisa, as concessões para as famílias devem avançar 8,5% na média por dia útil, com expansão liderada pelas linhas voltadas ao consumo, como o cartão de crédito e o crédito pessoal.

Já o volume de concessões para as empresas deve retrair 8,3% (ajustado por dias úteis), com expectativa de desempenho negativo em ambas as fontes de recursos. As operações com recursos livres devem ser negativamente afetadas por questões sazonais (linhas relacionadas ao fluxo de caixa), enquanto as operações com recursos direcionadas devem seguir perdendo ímpeto com a redução dos programas públicos.

Devido à greve dos funcionários Banco Central, os dados de março da Nota de Operações de Crédito ainda não foram divulgados. Como as projeções da Pesquisa Especial de Crédito da Febraban dependem de dados do mês anterior, as estimativas de abril consideram as expectativas divulgadas na pesquisa do mês de março de 2022 da Federação.

(com assessoria)

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Redação DMI

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