Copom diz que subsídio no crédito pode elevar Selic

O Copom - Comitê de Política Monetária do Banco Central - divulgou hoje, 28, a ata que explica a decisão de manter a taxa Selic em 13,75%, e acaba criticando indiretamente o BNDES.
Copom diz que subsídio no crédito pode aumentar Selic. Crédito-Freepik
A ata foi divulgada no dia 28 de março.Crédito: Freepik

O Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central – divulgou hoje, 28, a ata que explica a decisão de manter a taxa Selic em 13,75%, e acaba criticando indiretamente o BNDES (sem citá-lo), ao avaliar que a “adoção de políticas parafiscais expansionistas, têm o potencial de elevar a taxa neutra e diminuir a potência da política monetária”. Em outras palavras, o Banco Central critica a proposta do presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, de diminuir a TJPL  (juros de longo prazo cobrados pelo banco de fomento) para estimular a economia brasileira.

Conforme o Banco Central, a taxa de juros neutra está atualmente em 4%, e qualquer elevação poderia aumentar os juros básicos da economia.

Inflação

O Copom indicou ainda que a projeção para o IPCA de 2023 está em 5,8% no cenário de referência. Para 2024, a projeção para o IPCA está em 3,6%. Além disso, o BC projeta 3,8% para o IPCA em 12 meses no terceiro trimestre de 2024. Todas as projeções já constavam no comunicado da semana passada, quando o Copom manteve a Selic(a taxa básica de juros) em 13,75% ao ano pela quinta vez seguida. “O Comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual”, repetiu o BC na ata.

Arcabouço Fiscal

Depois do desconforto da semana passada, quando integrantes do governo criticaram a manutenção da taxa de juros e mesmo o “tom” do comunicado divulgado, a ata de hoje acena para um certo alívio entre os entes federados ao reconhecer que ” a materialização de um cenário com um arcabouço sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno e isso se dará por meio de seu efeito nas expectativas de inflação, que, quando recuam, reduzem a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos.”

Na última quarta-feira, quando o Comitê discutiu os impactos do cenário fiscal sobre a inflação, a avaliação da diretora do BC foi que o efeito líquido da condução da política fiscal sobre a inflação é muito dependente das condições macroeconômicas e financeiras vigentes.

(com agências).

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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