“Continuamos consolidadores de ISPs”, diz Gilbert, do Grupo Conexão, que tem novo dono.

O Grupo Conexão que tem hoje quase 450 mil clientes de banda larga fixa foi comprado pelo fundo estadunidense, Grain Management. O valor do negócio não foi revelado. O CEO Gilbert Minionis afirma que a operadora continuará a ampliar base de assinantes organicamente e por meio de aquisições.

O Grupo Conexão foi comprado pelo fundo de infraestrutura norte-americano, Grain Management, que faz o primeiro investimento fora dos Estados Unidos. O Grain atua com operadoras que atuam no Meio-Oeste e no estado da Flórida prestando serviços de telefonia móvel e banda larga fixa e comunicou hoje, 7, ao mercado, a aquisição das operações brasileiras, que são o resultado de aquisições de 11 ISPs nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.

No comunicado, o CEO do Grain, David Grain afirma que  “a oportunidade definida para o crescimento estratégico e orgânico por meio da aquisição  da Conexão é sólida”. E o CEO do grupo brasileiro, Gilbert Minionis, confirmou ao Tele.Síntese que estratégia de crescimento da base de clientes de maneira orgânica e através de aquisições de provedores, se mantém. ” Nenhuma empresa chega a um milhão de assinantes se não for compradora”, afirma.

O Grupo Conexão tem hoje quase 450 mil assinantes de banda larga fixa e 20 mil clientes no segmento B2B. Constituído pela gestora Acon, também um fundo de private equity, há algum tempo procurava novos sócios, depois que desistiu de fazer a sua IPO. Embora o valor da aquisição não tenha sido revelado, na época do lançamento da oferta pública, o grupo estaria valendo entre R$ 2 a 3 bilhões.

Antes conhecido como Acon, depois TriplePlay, o grupo é o fruto da incorporação dos seguintes ISPs: Outcenter (SP, MG e BA), Cabo Telecom (RN e PB), Conexão Telecom (SP e MG), Direta (MG), Mega Sistemas (SP), Cortez Online (RN), Multiplay Telecom (CE), Ideia Telecom (CE) e StarWeb (MG) que ofertam serviços de internet banda larga, complementados por TV por assinatura e telefonia fixa.

Gilbert afirma que a estratégia de crescimento não se resumirá às regiões onde as operações estão hoje concentradas, e poderá se expandir para as demais regiões brasileiras. ” Existem cinco grupos consolidadores no mercado brasileiro. E nós continuaremos a ser um deles”, afirmou. Os demais grupos, em sua avaliação são: o EB Capital, a Vero, a American Net e a HIS. Para Gilbert, nos próximos dois anos, haverá um novo processo de fusão no mercado, quando esses  consolidadores se fundirão entre si.

Novos Mercados

O ingresso de um novo dono não irá mudar a gestão das  operações. “Continuamos todos onde estamos”, afirmou o CEO. Mas poderá haver ampliação na atuação Brasil. Embora Gilbert não tenha confirmado mudança de postura frente ao leilão do 5G da Anatel (recentemente, em um seminário, o executivo havia descartado a sua participação no leilão)  assinala que o fundo Grain Management tem frequências, torres, e fibras nos EUA.

O Grupo Conexão tem 13.500 quilômetros de fibra óptica e alcança mais de 450 mil residências. O fundo Grain foi criado em 2007 e investe exclusivamente no setor de telecomunicações. Deverá abrir um escritório no Brasil até o próximo ano.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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