Consumidores europeus dizem que Google engana usuários na configuração para abertura de conta
Grupos de consumidores de toda a União Europeia apresentaram uma nova série de reclamações de privacidade contra o Google. Alegam que a empresa viola o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR, no inglês) com seu processo de criação de uma conta.
Muitos consumidores são forçados a ter uma conta do Google quando adquirem um smartphone Android. Segundo os grupos de consumidores, o processo de inscrição incentiva as pessoas a aceitar o rastreamento de dados do Google.
A gigante da tecnologia cadastra os usuários para fins de segmentação de anúncios. Isso tem que ser feito com o consentimento do usuário, para ter base legal. A GDPR, principal lei de proteção de dados da UE, estabelece um requisito de privacidade por design e padrão, além de definir condições claras sobre como o consentimento deve ser obtido para que seja legal.
Os grupos de consumidores da União Europeia alegam que o design do Google é enganoso, com o propósito de convencer os usuários para que aceitem seu rastreamento.
Eles argumentam que as escolhas de design que a empresa faz em torno da criação de contas tornam muito mais fácil para os usuários concordarem com o processamento de suas informações pelo Google para direcioná-los a anúncios “personalizados”.
Reclamam que o Google oferece “personalização manual”, mas é longa, tem cinco etapas e ao menos dez cliques. Já na opção “personalização expressa”, todo o rastreamento é acionado em um único clique.
Apontam que o Google não oferece aos consumidores a opção de desativar todo o rastreamento de forma rápida, em um único clique; e pontuam que o Google exige a criação de conta para usar alguns de seus próprios produtos, caso da configuração de um smartphone Android.
Também indicam que, mesmo se um usuário cria voluntariamente uma conta, o Google ainda assim apresenta opções confusas, incentivando os consumidores a concordar com o rastreamento.
No final do ano passado, a CMA (regulador britânico) afirmou que Google e Apple têm prejudicado consumidores ao limitar opções e o ecossistema dos dispositivos móveis.