Constelação de 8,6 mil satélites é liberada para funcionar no Brasil

E-Space pagou parcela do licenciamento para operar constelação sobre o Brasil e deve iniciar o serviço em no máximo 2 anos

A Anatel publicou hoje, 11, a autorização para que a constelação Semaphore, da operadora E-Space, francesa registrada em Ruanda (África), entre em operação sobre o Brasil. A licença tem validade de cinco anos e foi conferida após a empresa confirmar o pagamento da primeira parcela (R$ 20 mil) do preço da outorga (R$ 102 mil).

O serviço será comercializado localmente pela E-Space Brazil Holdings. A licença permite o uso de até 8.640 satélites de baixa órbita. Isso o torna o maior projeto de satélites LEO liberados para operar no país. O projeto da Starlink, por exemplo, tem no momento aval para utilizar 4,4 mil satélites, e solicitação para adicionar mais 7,5 mil, ainda não deliberada.

Os novos satélites LEO da E-Space. Crédito-Divulgação
A operadora promete também “limpar” o espaço. Crédito-Divulgação

A diferença é que os equipamentos da Semaphore entregam menor capacidade. Utilizam frequências UHF/VHF (292-312 MHz / 363,5-378,5 MHz / 386,7-391,7 MHz). O foco do serviço está na conexão de dispositivos de internet das coisas, ou que tenham baixo consumo de dados nos casos de outros tipos de aplicação, embora a empresa diga que será possível realizar chamadas de voz e transmitir vídeos por meio de sua tecnologia, cujas capacidades não foram reveladas publicamente.

Não se sabe ainda quantos satélites a companhia colocou em órbita além dos 3 lançados em 2022 e que foram utilizados para demonstrações em 2023. A empresa promete equipamentos pequenos, capazes de sobreviver a colisões, e também capazes de coletar escombros de outros satélites na órbita da Terra.

A E-Space tem dois anos para colocar sua constelação em funcionamento, ou perderá a licença. Também deverá adotar precauções para que o serviço não interfira em outros prestados em Terra nas frequências adjacentes.

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Rafael Bucco

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