Consórcio para comprar a Oi pode “mitigar” problemas antitruste, diz Gebara, da Vivo
Na conferência de resultados da Telefônica Brasil hoje, 29, o CEO da operadora, Christian Gebara, minimizou os riscos de que a possível compra da Oi Móvel pelas rivais seja alvo de remédios ou até barrada pelo Cade. Juntas, Claro, Telefônica e TIM deram um lance de R$ 16,5 bilhões pelos ativos celulares da Oi nesta semana. O lance foi o segundo em um mês, revisado a fim de superar uma proposta concorrente apresentada pela empresa de infraestrutura Highline.
“Considerando os problemas regulatórios e antitruste, acho que nós três juntos seremos capazes de mitigá-los. Estamos falando de três operadoras que atuam neste mercado há décadas”, defendeu o executivo nesta manhã.
Para ele, a balança regulatória e de defesa da competição poderá pender para a oferta apresentada pelo trio por conta da previsibilidade da transferência da base de usuários. “A migração de clientes para nossas redes seria mais fácil: temos torres e espectro para suportar os clientes que seriam herdados, caso a oferta vá para a frente”, acrescentou.
Sinergias
O executivo lembrou que negócio é relevante para Claro, Telefônica e TIM por conta das vantagens competitivas que resultam para o grupo. “Acreditamos que tem muitas sinergias relacionadas ao gerenciamento de rede, gestão dos clientes, gestão de canais e da atividade comercial. E juntos, nós três conseguiremos capturar isso”, afirmou.
Gebara pouco falou sobre o acréscimo de espectro. Atualmente, a Claro é a operadora com maior parcela deste insumo no País, seguida por Vivo, TIM e Oi. Mas, sucinto, Gebara lembrou apenas que “há sinergias em ter mais espectro, em otimizar o mapa de uso de espectro”, sem entrar nas minúcias quanto à provável divisão.
No mercado, calcula-se que as licenças da Oi Móvel terão de ser rateadas entre as três de forma a nenhuma tele ultrapassar os limites de posse de frequências no país, definidos pela Anatel. Dessa forma, espera-se que a TIM receba a maior parcela do espectro, seguida da Vivo, e pouco sobrando para a Claro. Quanto à base de clientes, também acredita-se em uma divisão capaz de reduzir a distância entre os competidores em termos de participação de mercado, a fim de facilitar a aceitação do negócio por parte do Cade.