Consórcio formado por TIM, Claro e Vivo deve levar a Oi Móvel, prevê CEO da Telecom Italia
O CEO da Telecom Italia, dona da TIM Brasil, acredita na aquisição da Oi Móvel em 14 de dezembro próximo. Na conferência dos resultados do terceiro trimestre, Luigi Gubitosi lembrou que o consórcio formado por TIM, Claro e Vivo tem a preferência da Oi, com direito cobrir qualquer oferta. Também lembrou que o grupo se tornou o único competidor. “O outro concorrente, a empresa Highline, desistiu”, afirmou.
A Highline, controlada pelo fundo Digital Colony, retirou-se na disputa. A empresa havia oferecido pouco mais de R$ 15 bilhões pelo ativo. Mas as operadoras se mobilizaram para superar esse valor. A proposta do consórcio é pagar R$ 16,5 bilhões pelos ativos móveis da Oi, além de assumirem compromisso de uso da rede fixa da Oi.
Os ativos serão depois repartidos entre TIM, Claro e Vivo. Os clientes serão destinados a cada operadora conforme o market share por localidade. O espectro também deve ser dividido, onde for possível, por região sem que se atinja o limite máximo autorizado pela Anatel – caso passem dos limites, precisarão devolver espectro.
Desinvestimento no Brasil?
A Telecom Italia está passando por um grande plano de reestruturação, com separação de ativos a fim de reduzir seu endividamento, que era de € 19,1 bilhões ao final de setembro. Neste ano a companhia terminou de vender a Inwit, seu braço de infraestrutura, separou os data centers, e até o começo de 2021, concluirá o spinoff da rede de fibra óptica, constituindo a empresa Fibercop em sociedade com o fundo KKR e a minoritária Fastweb.
Diante desse contexto, Gubitosi foi questionado pelos analistas na conferência se ainda valia à pena para a Telecom Italia manter participação na TIM Brasil. O CEO afirmou que sim, e explicou:
“Estamos com foco em fazer da TIM Brasil líder do mercado, não a maior de todas, mas a mais rentável, a mais efetiva. A TIM Brasil está indo bem. Temos uma oportunidade sem precedente porque o mercado brasileiro está indo de quatro para três operadoras”.
Gubitosi demonstrou confiança no comando da TIM Brasil e ressaltou que a tendência é só melhorar devido à consolidação do mercado. “Basicamente, o Brasil é um grande país, com alto potencial de crescimento, e só vão ter três concorrentes. Por isso temos foco em fazer a companhia valer mais. A empresa é bem gerenciada, os KPIs são positivos, e está diante da oportunidade de consolidar o mercado. Queremos ver isso acontecendo. Não digo que nunca faremos o desinvestimento do Brasil, mas no momento estamos no mercado e com foco em criar valor para os acionistas”, disse.
Ele também afirmou que espera crescimento da subsidiária brasileira em “um dígito médio”, ou seja, em cerca de 5% ao ano, pelos anos de 2021 e 2022. Disse que o Capex brasileiro será maior já neste ano, e previu que a margem EBITDA supere 40% ao final de 2022.
Resultados do grupo no 3º tri
No terceiro trimestre do ano, a Telecom Italia registrou receitas de € 3,89 bilhões, o que significa uma queda de 12% ano a ano. O EBITDA (lucro antes de depreciações, amortizações, juros e impostos) caiu 18,4%, para € 1,72 bilhão. O lucro líquido, no entanto, cresceu 38%, para € 1,2 bilhão.
Para Gubitosi, os números são melhores do que aparentam, pois há efeitos não recorrentes em 2019 e neste ano que atrapalham a visualização exata do desempenho da companhia. Sem esses efeitos, por exemplo, a retração das receitas seria de 5%. E o EBITDA teria caído 8,2%.