Conselho e diretoria da Oi rechaçam rumores sobre intervenção na empresa

Conselho menciona venda de ativos e emissão de dívida como possíveis fontes de dinheiro para a empresa. Na mesma linha, diretoria diz que controle de custos e venda de ativos "já se encontram em curso e alinhados com o cronograma planejado".

Tanto o conselho de administração da Oi, como sua diretoria estatutária, emitiram comunicados no final da sexta-feira, 16, para rechaçar rumores segundo os quais faltaria caixa para a operação a partir de fevereiro de 2020.

Em sua nota, o conselho de administração reafirma o foco da companhia no plano estratégico apresentado em julho. Conforme o plano, a Oi seguirá investindo ao menos R$ 7 bilhões ao ano, até 2021, com foco em fibra óptica, B2B,  atacado e refarming do 2G e 3G para 4G. O dinheiro, lembram os conselheiros, virá da venda de ativos e de grande redução dos custos operacionais da Oi em função da transformação estrutural da companhia.

O conselho de administração ressalta a informação distribuída oficialmente pela Anatel, segundo a qual “não existe nenhuma discussão diferente do acompanhamento já sendo realizado, e que não existe dissenso quanto ao foco na execução do Plano Estratégico”.

O board da Oi sustenta ainda que a companhia avalia a emissão de dívida para obter mais dinheiro. Segundo a nota, as ações para obter liquidez “passam não apenas pela venda de ativos não estratégicos, mas também pela potencial utilização de instrumentos de captação de dívida estruturada / garantida, aceleração das ações de redução de custos de curto prazo e pela modulação e adequação dos investimentos em Capex, com foco nas áreas prioritárias”. Não faz menção a um possível novo aumento de capital, de R$ 2,5 bilhões, previsto no plano de recuperação judicial.

Diretoria

A diretoria da Oi segue a mesma linha. Em sua nota, afirma que “a Diretoria, responsável pela implementação do PRJ, em observância aos seus deveres fiduciários, avalia continuamente todas as oportunidades para a melhor adequação da estrutura de capital da Companhia e a maximização de seu valor, com várias alternativas em análise”.

Diz também que a estratégia será a já delineada: venda de ativos não estratégicos e controle de custos. Estas soluções, já em curso, estão “alinhadas ao cronograma”. Afirma ainda que o desempenho da companhia está dentro do previsto. “Já se observa um início de estabilização da dinâmica de receita, como divulgado nos resultados do segundo trimestre de 2019”, afirma a diretoria, em nota enviada à CVM.

Além disso, sustenta os mesmos argumentos do conselho de administração e do presidente da Anatel. Segundo os quais, a Oi é acompanhada mensalmente pela agência reguladora deste o início da RJ, além de ter acompanhamento também judicial e não existe a “possibilidade iminente de medidas drásticas em face da Companhia, em especial sua concessão de telefonia fixa”.

Contexto

As ações da Oi terminaram em baixa de quase 30% na sexta-feira, após o jornal O Estado de S.Paulo publicar duas reportagens, sem citar fontes, alegando que a situação financeira da operadora era motivo de preocupação dentro da Anatel e do governo.

Segundo as reportagens, haveria estudos para intervenção da Anatel na operadora ou declaração de caducidade das outorgas de STFC, uma vez que, mantido o ritmo de queima de caixa visto no segundo trimestre, as operadora poderia ficar sem dinheiro a partir de fevereiro de 2020. Todas essas informações foram negadas por Anatel e, na noite de sexta, por conselho e diretoria da Oi, com se vê acima.

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Rafael Bucco

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