Conselho de Segurança da ONU terá reunião de emergência para discutir IA
O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará um encontro de emergência para debater sobre inteligência artificial (IA) . O órgão atende a pedido do Reino Unido, que está no momento à frente do Conselho e quer um diálogo internacional sobre o impacto da tecnologia na paz global e segurança. Governos de todo o mundo estão considerando como mitigar os perigos da tecnologia emergente de IA, que pode remodelar a economia global e mudar o cenário de segurança internacional.
Segundo agências internacionais, a embaixadora do Reino Unido, Barbara Woodward, destaca o enorme potencial da inteligência artificial mas também tem consciência dos enormes riscos do seu uso em armas autônomas ou do controle de armamentos nucleares.
O encontro será realizado do Conselho de Segurança será realizado amanhã em Nova York sob o comando do secretário de Relações exteriores, James Cleverly.
No mês passado, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, manifestou apoio a uma proposta de alguns executivos de inteligência artificial para a criação de um órgão internacional de vigilância da IA, a exemplo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Profissionais em alerta
A IA também se tornou um foco de preocupação com sua capacidade de criar imagens deepfake e outras desinformações. Várias áreas têm alertado sobre os efeitos preocupantes e pedem a regulamentação da tecnologia a nível global.
No início do ano, vários profissionais de saúde de saúde do Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, Malásia e Costa Rica, assinaram um artigo sobre o tema na revista BMJ Global Health onde fazem alguns alertas sobre os riscos associados à medicina e saúde, como o potencial de erros causarem danos ao paciente, problemas com privacidade e segurança de dados e o uso de IA de maneiras que piorarão as desigualdades sociais e de saúde.
Um exemplo de dano, de acordo com os profissionais, foi o uso de um oxímetro de pulso acionado por IA que superestimou os níveis de oxigênio no sangue em pacientes com pele mais escura, resultando no subtratamento da hipóxia.
A preocupação com formas de uso da tecnologia também chegou a Hollywood, onde as produtoras queriam incluir a digitalização da voz e imagem dos atores para poderem “eternamente” utilizar em suas produções. Roteiristas e atores norte-americanos entraram em greve a partir da movimentação de seus sindicatos que colocaram o uso da IA como um dos pontos centrais da pauta das negociações.